Vida pregressa

Morphy nasceu em Nova Orleans em uma família rica e distinta. Seu pai, Alonzo Michael Morphy , advogado, serviu como legislador do estado da Louisiana, procurador-geral e juiz da Suprema Corte do estado da Louisiana . Alonzo, que tinha nacionalidade espanhola, era de ascendência espanhola , portuguesa e irlandesa . A mãe de Morphy, Louise Thérèse Félicité Thelcide Le Carpentier, era a filha musicalmente talentosa de uma proeminente família crioula francesa . Morphy cresceu em uma atmosfera de civilização e cultura requintadas, onde xadrez e música eram os destaques típicos de uma reunião doméstica de domingo. ^[10]

De acordo com seu tio, Ernest Morphy, ninguém ensinou Morphy formalmente a jogar xadrez; em vez disso, Morphy aprendeu sozinho quando criança, simplesmente observando os outros jogarem. Depois de assistir em silêncio a um longo jogo entre Ernest e Alonzo, que eles abandonaram como empatado, o jovem Paul os surpreendeu ao afirmar que Ernest deveria ter vencido. Seu pai e seu tio não haviam percebido que Paul conhecia os movimentos, muito menos qualquer estratégia de xadrez . Eles ficaram ainda mais surpresos quando Paul provou sua afirmação reconfigurando as peças e demonstrando a vitória que seu tio havia perdido.

Vitórias de infância

Depois desse incidente, a família de Morphy o reconheceu como um talento precoce e o encorajou a jogar em reuniões familiares e ambientes de xadrez locais. Aos nove anos, ele foi considerado um dos melhores jogadores de New Orleans. Em 1846, o General Winfield Scott visitou a cidade e disse aos seus anfitriões que desejava uma noite de xadrez com um forte jogador local. O xadrez era um passatempo raro de Scott, mas ele gostava do jogo e se considerava um jogador formidável. Depois do jantar, as peças de xadrez foram montadas e o oponente de Scott foi trazido: o diminuto Morphy de nove anos. ^[11] Scott ficou inicialmente ofendido, pensando que ele estava sendo ridicularizado, mas ele consentiu em jogar depois de ter certeza de que seus desejos foram escrupulosamente obedecidos e que o menino era um “prodígio do xadrez” que iria sobrecarregar sua habilidade. Morphy o venceu facilmente não uma, mas duas vezes, na segunda vez, anunciando um xeque-mate forçado após apenas seis movimentos.

Em 1850, quando Morphy tinha 12 anos, o forte mestre profissional de xadrez húngaro Johann Löwenthal visitou Nova Orleans. Löwenthal, que havia jogado com frequência e derrotado jovens talentosos, considerou a partida informal uma perda de tempo, mas aceitou a oferta como uma cortesia ao próspero juiz.

Conhecido como “o orgulho e a tristeza do xadrez”, Paul Morphy foi um grande jogador, mas sua verdadeira categoria – em comparação com outros campeões – permanece um enigma até hoje, mais de cem anos depois de sua morte. Entre todos os enxadristas conhecidos como os melhores do mundo em suas épocas, ele teve a carreira mais curta e jamais encontrou um adversário que pudesse vencê-lo. Sua fama tem sido sustentada por menos de 75 partidas sérias e um número maior de brilhantes vitórias em partidas informais.

Morphy foi aclamado como prodígio aos doze anos de idade, quando derrotou o mestre Johann Lowenthal, em visita à cidade natal de Morphy, Nova Orleans, numa série de partidas amistosas. Então, em 1857, teve lugar um acontecimento que projetou consideravelmente o nome e a carreira de Morphy. Foi o primeiro congresso norte-americano de xadrez, em Nova York, que – por sorte – ocorreu na época em que Morphy estava à altura dele. O congresso consistia numa série de matches eliminatórios, e Morphy derrubou seus três primeiros adversários antes de derrotar Louis Paulsen no match final por 6 a 2. Paulsen mostrou-se, mais tarde, um excelente jogador e grande estrategista, sendo que muitas de suas ideias de abertura foram adotadas por grandes mestres um século depois. O fato de Morphy ter vencido esse mestre da defesa pode ser uma prova melhor de sua força do que sua vitória, muito mais admirada, contra Adolf Anderssen. Os sucessos de Morphy baseavam-se em seu conhecimento das posições abertas e no fato de saber desenvolver as peças rapidamente nas clássicas aberturas do flanco do rei e tomar a iniciativa de maneira econômica, sem desperdiçar lances. Geralmente, os contemporâneos de Morphy atacavam sem uma base de desenvolvimento sólido ou jogavam um xadrez de manobras, com lances desperdiçados e irrelevantes que emperravam seus planos. A vitória mais famosa de Morphy ocorreu durante o intervalo de uma ópera, contra dois dignitários jogando em consulta. Trata-se da partida amistosa mais celebrada e instrutiva de todos os tempos. Morphy viajou à Europa em 1858 e derrotou todos os seus desafiantes, inclusive com uma margem de 8 a 3 contra Anderssen, que vencera o Primeiro Torneio Internacional de Londres, em 1851. O campeão inglês, Staunton, driblou as tentativas de Morphy de marcar uma partida – sabiamente, pois os maiores sucessos de Staunton haviam ocorrido na década anterior e não se tinha dúvida de que Morphy venceria. Mas, depois de ter provado sua supremacia sobre seus contemporâneos, Morphy perdeu seu interesse pelo xadrez, e o fim de sua vida, marcado pela doença mental, fez dele um recluso e o levou a desprezar o jogo nos seus quinze últimos anos.

Como teria Morphy enfrentado os campeões de gerações mais recentes? O conhecimento das aberturas em torno de 1860 era ainda rudimentar e Morphy necessitaria de um curso intensivo em teoria moderna para poder enfrentá-los. Certamente, ele assimilaria tais informações com rapidez, pois conhecia a teoria de sua época; uma de suas vitórias contra Anderssen se deu graças a uma variante preparada da Abertura Ruy López. Em seu excelente livro The rating of chessplayers past and present (edição Batsford), que inclui uma comparação dos níveis dos grandes mestres modernos e seus antecessores, o Professor Arpad Elo confere a Morphy um grau 2690, o suficiente hoje para torná-lo um dos mais fortes jogadores do mundo. Tenho minhas dúvidas sobre esse veredicto, que se baseia em poucas partidas e não leva em conta a doença de Morphy, que prejudicou seus resultados no fim da vida, assim como ocorreu com Akita Rubinstein.  Mas essa avaliação convida a um exame das partidas do match entre Morphy e Anderssen, reconhecido como outro grande enxadrista. Anderssen não competia desde 1851 e saiu prejudicado com aberturas inferiores tais como 1. a3 e a defesa Central, que proporcionou a melhor vitória de Morphy no match. O comentário embaraçado de Anderssen, após sua derrota no match, foi: “É impossível preservar o próprio talento numa caixinha de cristal, como uma jóia, para tirá-lo quando necessário. Pelo contrário, ele só pode ser conservado por uma prática sólida e constante”. Em seus últimos matches contra Kolisch e Steinitz, Anderssen deixou de lado tanto 1. a3 quanto a defesa Central e saiu-se muito melhor.

Quanto a Morphy, seu último feito antes de deixar o xadrez competitivo foi oferecer peões e lances de vantagem para qualquer desafiante do mundo. Ninguém aceitou – o que seria inconcebível se semelhante oferta fosse feita atualmente por um grande mestre famoso. O paralelo moderno mais próximo é a proposta de Fischer, dando cavalos de vantagem a qualquer enxadrista feminina do mundo, que ele abandonou rapidamente quando as autoridades do xadrez soviético mostraram entusiasmo em fazê-lo jogar contra a então campeã mundial, Nona Gaprindachvili, envolvendo uma aposta substancial. (www.tabuleirodexadrez.com.br)

Schooling e o Primeiro Congresso Americano de Xadrez

Morphy

Depois de 1850, Morphy não jogou muito xadrez por muito tempo. Estudando diligentemente, ele se formou no Spring Hill College em Mobile, Alabama, em 1854. Ele então ficou mais um ano, estudando matemática e filosofia. Ele recebeu um diploma AM com as maiores honras em maio de 1855.

Ainda não tinha idade legal para começar a exercer a advocacia, Morphy encontrou-se com tempo livre. Ele recebeu um convite para participar do Primeiro Congresso Americano de Xadrez , a ser realizado em Nova York de 6 de outubro a 10 de novembro de 1857. Ele a princípio recusou, mas a pedido de seu tio acabou decidindo jogar. Ele derrotou cada um de seus rivais, incluindo James Thompson, Alexander Beaufort Meek e dois fortes mestres alemães, Theodor Lichtenhein e Louis Paulsen , os dois últimos nas rodadas semifinais e finais. Morphy foi aclamado como o campeão de xadrez dos Estados Unidos, mas não pareceu afetado por sua fama repentina. De acordo com a edição de dezembro de 1857 da Chess Monthly , “sua disposição genial, sua modéstia não afetada e sua cortesia cavalheiresca o tornaram querido por todos os seus conhecidos”. No outono de 1857, permanecendo em Nova York, Morphy jogou 261 partidas, tanto regulares quanto opostas. Sua pontuação geral em jogos regulares foi de 87 vitórias, 8 empates e 5 derrotas. ^[14]

Morphy vs. Löwenthal, 1858

Estudante de Direito e dotado de fantásticas capacidades de memorização, obtém seu diploma de advogado aos 19 anos. Jovem demais para exercer a profissão, ele decide se dedicar ao xadrez. Paul Morphy torna-se aos 20 anos o primeiro campeão dos EUA em Nova Iorque (1857). Seus compatriotas decidiram então organizar um encontro com Howard Staunton, o campeão britânico, melhor jogador europeu na época, mas este evitou sistematicamente o confronto. Morphy decide então viajar para a Europa, onde encontra e vence todos os grandes jogadores do Velho Continente, inclusive o vencedor do primeiro grande torneio europeu de Londres em 1851, Adolf Anderssen, que não opôs a resistência esperada: Morphy ganhou sete partidas, perdendo 2 e empatando 2 (1858).
Morphy retorna a Nova Iorque em 11 de maio de 1859, coberto de glórias por seus compatriotas. No entanto, ele decide abandonar o xadrez após uma decepção amorosa. Sua atividade enxadrística terá durado somente 18 meses!
A saúde mental de Morphy degrada-se pouco a pouco, e ele começa a sofrer delírios de perseguição e paranoia. Ele morre na sua banheira de um ataque cerebral com 47 anos.

Europa

Gravura de Paul Morphy por Winslow Homer aparecendo em Ballou’s Pictorial (1859)

Até então, Morphy não era muito conhecido ou muito conceituado na Europa. Apesar de seu domínio do cenário de xadrez dos Estados Unidos, a qualidade de seus oponentes era relativamente baixa em comparação com a Europa, onde vivia a maioria dos melhores enxadristas. A opinião europeia era que eles não deveriam ter que fazer a viagem aos Estados Unidos para enfrentar um jogador jovem e relativamente desconhecido, especialmente porque os Estados Unidos tinham poucos jogadores de qualidade para fazer uma viagem dessas valer a pena. ^[15]

A American Chess Association, é relatado, está prestes a desafiar qualquer jogador na Europa a disputar uma partida com o jovem vencedor na última fase das armas, por US $ 2.000 a US $ 5.000 cada lado, o local de encontro é Nova York. Se o campo de batalha fosse Londres ou Paris, não há dúvida, presumimos, de que um campeão europeu seria encontrado; mas os melhores jogadores da Europa não são profissionais do xadrez, mas têm outras ocupações mais sérias, cujos interesses proíbem o gasto de tempo necessário para uma viagem aos Estados Unidos e vice-versa. ^[15]

-  The Illustrated London News , 26 de dezembro de 1857

Morphy voltou para sua cidade natal sem nenhuma ação adicional. O New Orleans Chess Club determinou que um desafio deveria ser feito diretamente ao campeão europeu Howard Staunton.

Senhor, —Em nome do New Orleans Chess Club, e em conformidade com as instruções desse órgão, nós, o comitê abaixo assinado, temos a honra de convidá-lo a visitar nossa cidade e lá encontrar o Sr. Paul Morphy em uma partida de xadrez. ..

… foi sugerido que o Sr. Morphy, o vencedor no falecido Congresso e atual campeão americano, deveria cruzar o oceano e corajosamente encontrar os ilustres magnatas dos círculos de xadrez transatlânticos; mas infelizmente acontece que sérias razões familiares proíbem o Sr. Morphy, por enquanto, de alimentar a idéia de visitar a Europa. Torna-se, portanto, necessário arranjar, se possível, um encontro entre este último e o reconhecido campeão europeu, em relação ao qual não pode haver margem para escolha ou hesitação – a voz comum do mundo do xadrez pronuncia o seu nome … ^[15]

-  New Orleans Chess Club para Howard Staunton , 4 de fevereiro de 1858

Staunton deu uma resposta oficial através do The Illustrated London News afirmando que não era possível para ele viajar para os Estados Unidos e que Morphy deveria vir para a Europa se quisesse desafiá-lo e a outros jogadores de xadrez europeus.

… Os termos deste cartel são distinguidos por extrema cortesia, e com uma notável exceção, por extrema liberalidade também. A exceção em questão, no entanto (nos referimos à cláusula que estipula que o combate deve ocorrer em Nova Orleans!) Parece-nos totalmente fatal para o jogo …

… Se o Sr. Morphy – por cuja habilidade nutrimos a mais viva admiração – deseja ganhar suas esporas entre o cavalheirismo do xadrez da Europa, ele deve tirar vantagem de sua visita planejada no próximo ano; ele então encontrará neste país, na França, na Alemanha e na Rússia, muitos campeões cujos nomes devem ser uma palavra familiar para ele, prontos para testar e honrar suas proezas. ^[15]

-  The Illustrated London News , 3 de abril de 1858

Morphy, c.  1855

Eventualmente, Morphy foi para a Europa para jogar contra Staunton e outros grandes nomes do xadrez. Morphy fez várias tentativas de marcar uma partida com Staunton, mas nenhuma conseguiu. Staunton foi posteriormente criticado por evitar uma partida com Morphy, embora seu auge como jogador tenha sido na década de 1840 e ele fosse considerado ultrapassado no final da década de 1850. Staunton é conhecido por ter trabalhado em sua edição das obras completas de Shakespeare na época, mas também competiu em um torneio de xadrez durante a visita de Morphy. Staunton mais tarde culpou Morphy pelo fracasso em encontrar uma partida, sugerindo, entre outras coisas, que Morphy não tinha os fundos necessários para as apostas – uma cobrança muito improvável dada a popularidade de Morphy. Morphy também se opôs firmemente a jogar xadrez por dinheiro, supostamente devido à pressão da família, embora a cultura crioula de onde ele era não tivesse nenhum estigma contra o jogo.

Procurando novos oponentes, Morphy cruzou o Canal da Mancha para a França. No Café de la Régence em Paris , o centro do xadrez na França, Morphy derrotou o profissional de xadrez residente Daniel Harrwitz.

Em Paris, Morphy teve um ataque de gastroenterite . De acordo com a sabedoria médica da época, ele foi tratado com sanguessugas , resultando na perda de uma quantidade significativa de sangue. Embora fraco demais para se levantar sem ajuda, Morphy fez questão de seguir em frente com o adversário alemão Adolf Anderssen , considerado por muitos o melhor jogador da Europa. A partida entre Morphy e Anderssen ocorreu entre 20 de dezembro de 1858 e 28 de dezembro de 1858, quando Morphy ainda tinha 21 anos. ^[8] Apesar de sua doença, Morphy triunfou facilmente, vencendo sete e perdendo dois, com dois empates . ^[16] Quando questionado sobre sua derrota, Anderssen afirmou estar fora de prática, mas também admitiu que Morphy era o jogador mais forte e que estava bastante derrotado. Anderssen também atestou que, em sua opinião, Morphy foi o jogador mais forte de todos os tempos, ainda mais forte do que o famoso campeão francês La Bourdonnais.

Tanto na Inglaterra quanto na França, Morphy deu várias exibições simultâneas, incluindo exibições de xadrez com os olhos vendados, no qual ele regularmente jogava e derrotava oito oponentes ao mesmo tempo. Morphy jogou um conhecido jogo casual contra o duque de Brunswick e o conde Isouard na Ópera Italiana em Paris.

Aclamado como campeão mundial de xadrez

Morphy em 1859

Com apenas 21 anos, Morphy agora era bastante famoso. Enquanto em Paris, ele estava sentado em seu quarto de hotel uma noite, conversando com seu companheiro Frederick Edge , quando eles tiveram uma visita inesperada. “Eu sou o Príncipe Galitzine ; desejo ver o Sr. Morphy”, disse o visitante, de acordo com Edge. Morphy se identificou para o visitante. “Não, não é possível!” o príncipe exclamou: “Você é muito jovem!” O príncipe Galitzine então explicou que estava nas fronteiras da Sibéria quando ouviu pela primeira vez sobre os “feitos maravilhosos” de Morphy. Ele explicou: “Uma das minhas suítes tinha um exemplar do jornal de xadrez publicado em Berlim, o Schachzeitung , e desde então quero vê-lo.” Ele então disse a Morphy que deveria ir para São Petersburgo , na Rússia , porque o clube de xadrez do Palácio Imperial o receberia com entusiasmo.

Na Europa, Morphy era geralmente aclamado como campeão mundial de xadrez. Em Paris, em um banquete realizado em sua homenagem em 4 de abril de 1859, uma coroa de louros foi colocada sobre a cabeça de um busto de Morphy, esculpido pelo escultor Eugène-Louis Lequesne . Morphy foi declarado pela assembleia “o melhor jogador de xadrez que já existiu”. ^[17] Em uma reunião semelhante em Londres, onde retornou na primavera de 1859, Morphy foi novamente proclamado “o Campeão do Mundo”. Ele também foi convidado para uma audiência privada com a Rainha Vitória . Morphy era tão dominante que mesmo os mestres não podiam desafiá-lo seriamente no jogo sem algum tipo de deficiência. Em uma partida simultânea contra cinco mestres, Morphy venceu duas partidas contra Jules Arnous de Rivière e Henry Edward Bird , empatou duas partidas com Samuel Boden e Johann Jacob Löwenthal e perdeu uma para Thomas Wilson Barnes . ^[18]

Após seu retorno à América, os elogios continuaram enquanto Morphy percorria as principais cidades a caminho de casa. Na Universidade da cidade de Nova York , em 29 de maio de 1859, John Van Buren , filho do presidente Martin Van Buren , encerrou uma apresentação de testemunho proclamando: “Paul Morphy, campeão mundial de xadrez”. Em Boston, em um banquete com a presença de Henry Wadsworth Longfellow , Louis Agassiz , o prefeito de Boston Frederic W. Lincoln, Jr. e o presidente de Harvard James Walker , Dr. Oliver Wendell Holmes brindou a “Paul Morphy, o campeão mundial de xadrez”. A celebridade de Morphy atraiu fabricantes que buscaram seu endosso, os jornais pediram-lhe para escrever colunas de xadrez e um clube de beisebol foi batizado em sua homenagem.

Abandono do xadrez

Tendo vencido praticamente todos os adversários sérios, Morphy declarou que não jogaria mais partidas sem dar chances de peão e movimento . ^[19]

Depois de voltar para casa no final de 1859, Morphy se aposentou das competições ativas de xadrez. ^{[20] [21] [7] [8]} A carreira embrionária de Morphy em direito foi interrompida em 1861 pela eclosão da Guerra Civil Americana . O irmão de Morphy, Edward, juntou-se desde o início ao exército da Confederação , enquanto sua mãe e irmãs emigraram para Paris. ^{[22] O serviço de} Paul Morphy na Guerra Civil é uma área bastante cinzenta. David Lawson declara “pode ​​ser que ele tenha estado no estado-maior de Beauregard ( Exército Confederado ) por um curto período e que tenha sido visto em Manassas conforme relatado” ( Pride and Sorrow , pp. 268-9). Lawson também conta a história de um residente de Richmond em 1861, que descreve Morphy como sendo “um oficial da equipe de Beauregard”. Outras fontes indicam que o general Pierre Beauregard considerava Morphy desqualificado, mas que Morphy havia de fato se candidatado a ele. ^[23] Durante a guerra, ele viveu parte em Nova Orleans e parte no exterior, passando um tempo em Havana (1862, 1864) ^[24] e Paris (1863). ^[25]

Morphy não conseguiu construir com sucesso um escritório de advocacia depois que a guerra terminou em 1865. ^[26] Suas tentativas de abrir um escritório de advocacia falharam; quando ele tinha visitantes, eles invariavelmente queriam falar sobre xadrez, não sobre seus assuntos jurídicos. ^[27] Financeiramente seguro graças à fortuna de sua família, Morphy essencialmente passou o resto de sua vida ocioso. Solicitado por admiradores a retornar à competição de xadrez, ele se recusou. Ele participou do Torneio de Nova York de 1883 ^{[ carece de fontes? ]} E conheceu o campeão mundial Wilhelm Steinitz (que tentou sem sucesso fazer Morphy concordar com uma partida na década de 1860) em Nova Orleans, mas se recusou a discutir xadrez com ele. ^[28]

De acordo com o sentimento predominante na época, Morphy considerava o xadrez apenas uma atividade amadora, considerando o jogo indigno de ser praticado como uma ocupação séria. ^{[29] Os} profissionais do xadrez eram vistos da mesma forma que os jogadores profissionais. Não foi senão décadas mais tarde que a era do enxadrista profissional chegou. ^[30]

Morphy caiu em um estado de ilusão e paranóia; ele acreditava que estava sendo perseguido por seu cunhado. Seu melhor amigo, Charles Maurian, observou em muitas cartas que Morphy era “perturbado” e “não estava bem mentalmente”. Em 1882, sua mãe, irmão e um amigo tentaram admiti-lo em um sanatório católico, mas Morphy era tão capaz de defender seus direitos e sanidade que o mandaram embora. ^[31]

Morte

Lápide de Morphy

Na tarde de 10 de julho de 1884, Morphy foi encontrado morto em sua banheira em Nova Orleans aos 47 anos. De acordo com a autópsia, Morphy havia sofrido um derrame causado por entrar em água fria após uma longa caminhada no calor do meio-dia. ^[32] Paul Morphy está enterrado na tumba da família no Cemitério de St. Louis # 1, Nova Orleans, Louisiana. ^{[33] A} mansão Morphy, vendida pela família em 1891, mais tarde se tornou o local do restaurante Brennan’s.

Lendas urbanas sobre sua vida

Alguns autores afirmam que Morphy “arrumou os sapatos femininos em um semicírculo ao redor de sua cama”  e que ele morreu em seu banho “cercado por sapatos femininos”.  Edward Winter afirma que esta não é a história do xadrez, mas apenas “invenções sombrias” derivadas de um livreto escrito pela sobrinha de Morphy, Regina Morphy-Voitier.  Ela escreveu:

Agora chegamos ao quarto que Paul Morphy ocupava e que era separado do de sua mãe por um corredor estreito. O quarto de Morphy era sempre mantido em perfeita ordem, pois ele era muito meticuloso e arrumado, mas este quarto tinha um aspecto peculiar e imediatamente impressionou o visitante como tal, pois Morphy tinha uma dúzia ou mais pares de sapatos de todos os tipos que ele insistia em usar. mantendo-se arranjado em semicírculo no meio da sala, explicando com seu sorriso sarcástico que, desta forma, ele poderia de uma vez colocar as mãos no par específico que desejava usar. Num enorme porte-manteau guardava todas as suas roupas, sempre bem passadas.

Por serem seus próprios sapatos, conclui-se que essas “anedotas decadentes” (como Winter coloca) são falsas.

• + jogos ganhos; – jogos perdidos; = jogos desenhados

Morphy vs. Anderssen, 1858

Posição após 7 … Cg3. Morphy agora sacrificou sua torre com 8.Bxf4.

• Louis Paulsen vs. Morphy, New York 1857; Jogo dos Quatro Cavaleiros , Variação Espanhola , Variação Clássica (C48), 0-1 . ^[49] O sacrifício da rainha de Morphy transforma sua pressão posicional em um ataque decisivo ao rei de Paulsen.
• O ” Opera Game ” – um jogo casual contra amadores, mas ao mesmo tempo um dos jogos de ataque mais claros e bonitos de todos os tempos. Freqüentemente usado por professores de xadrez para demonstrar como usar o tempo , desenvolver peças e gerar ameaças.
• Morphy vs. Adolf Anderssen , jogo casual 1858; King’s Gambit Accepted , Kieseritzky Gambit, Berlin Defense (C39), 1–0 . ^[50]

• Lista de jogos de xadrez
• Número Morphy  – conexões de jogadores de xadrez com Morphy

• Paul Morphy, The Pride and Sorrow of Chess, de David Lawson, 424 páginas; Mckay, 1976 – A única biografia do tamanho de um livro de Paul Morphy em inglês, corrige vários erros históricos que surgiram, incluindo a pontuação de Morphy quando criança contra Löwenthal.
• Sunnucks, Anne (1970). A Enciclopédia do Xadrez . St. Martins Press. ISBN 978-0-7091-4697-1.
• Books.Gooble.com , Frederick Milne Edge: Paul Morphy, o campeão de xadrez. Um relato de sua carreira na América e na Europa . Nova York, 1859. Edge era um jornalista que se ligou a Morphy durante sua estada na Inglaterra e na França, acompanhando Morphy em todos os lugares, e até mesmo agindo às vezes como seu mordomo e servo não oficial. Graças a Edge, muito se sabe sobre Morphy que de outra forma seria desconhecido, e muitos jogos que Morphy jogou foram gravados apenas graças a Edge. Contém informações sobre o Primeiro Congresso Americano de Xadrez e a história dos clubes de xadrez ingleses na época de Morphy e antes dela.

• Paul Morphy e a Evolução da Teoria do Xadrez por Macon Shibut, Edições Caissa 1993 ISBN  0-939433-16-8 . Mais de 415 jogos compreendendo quase todos os jogos Morphy conhecidos. Capítulos sobre o lugar de Morphy no desenvolvimento da teoria do xadrez e artigos reimpressos sobre Morphy por Steinitz, Alekhine e outros.
• The Chess Genius of Paul Morphy, de Max Lange (traduzido do alemão original para o inglês por Ernst Falkbeer), 1860. Reimpresso por Moravian Chess com o título “Paul Morphy, um esboço do mundo do xadrez”. Um excelente recurso para a visão europeia de Morphy, bem como para suas informações biográficas. A edição em inglês foi revisada em Chess Player’s Chronicle , 1859.
• Paul Morphy. Sammlung der von ihm gespielten Partien mit ausführlichen Erläuterungen por Géza Maróczy , Veit und Comp., Leipzig 1909. Reimpresso por Olms-Verlag, Zürich 1979.
• Grandmasters of Chess de Harold Schonberg, Lippincott, 1973. ISBN  0-397-01004-4 .
• Campeões Mundiais de Xadrez por Edward Winter , editor, 1981. ISBN  0-08-024094-1 . Os principais historiadores do xadrez incluem Morphy como um campeão mundial de fato , embora ele nunca tenha reivindicado o título.
• Jogos de morphy de xadrez por J Lowenthal , Londres, 1893, George Bell & Sons. Provavelmente reimpresso de c1860, apresenta um breve livro de memórias, introdução de 1 página de Morphy com notas analíticas de Löwenthal, incluindo venda para os olhos e jogos para deficientes físicos.
• Jogos de morphy de xadrez por Philip W. Sergeant & Fred Reinfeld , Dover de 1989. ISBN  0-486-20386-7 . Apresenta anotações coletadas de comentaristas anteriores, bem como acréscimos pelo sargento. Tem todos os jogos de jogo, torneio e exibição de Morphy, e a maioria de seus jogos casuais e de probabilidades. Inclui uma breve biografia.
• Morphy Gleanings de Philip W. Sergeant, David McKay, 1932. Contribui com jogos não encontrados no trabalho anterior do Sergeant, “Morphy’s Games of Chess” e apresenta maiores informações biográficas, bem como documentação sobre os casos Morphy-Paulsen e Morphy-Kolisch. Mais tarde reimpresso como “The Unknown Morphy”, Dover, 1973. ISBN  0-486-22952-1 .
• Os Grandes Jogos de Xadrez do Mundo, de Reuben Fine, Dover, 1983. ISBN  0-486-24512-8 .
• A First Book of Morphy de Frisco Del Rosario, Trafford, 2004. ISBN  1-4120-3906-1 . Ilustra os ensinamentos de Cecil Purdy e Reuben Fine com 65 jogos anotados jogados pelo campeão americano. Notação algébrica.
• Paul Morphy: A Modern Perspective de Valeri Beim, Russell Enterprises, Inc., 2005. ISBN  1-888690-26-7 . Notação algébrica.
• Vida de Paul Morphy no Vieux Carré de Nova Orleans e no Exterior por Regina Morphy-Voitier, 1926. Regina Morphy-Voitier, sobrinha de Paul Morphy, publicou este panfleto em Nova York.
• Os jogadores de xadrez, de Frances Parkinson Keyes , Farrar, Straus e Cudahy; 1960. Uma obra de ficção histórica em que Morphy é o personagem central.
• Paul Morphy: Confederate Spy , de Stan Vaughan, Three Towers Press, 2010. Uma obra de ficção histórica na qual Morphy é o personagem central.
• “Paul Morphy A Historical Character”  . Crônica do jogador de xadrez . Terceira série: 40. 1860.
• Paul Morphy: The Pride and Sorrow of Chess, de David Lawson, David McKay, 1976. ISBN  978-0-679-13044-4 .
• The Genius of Paul Morphy de Chris Ward, Cadogan Books, 1997. ISBN  978-1-85744-137-6 .

novelização biográfica da vida de Morphy.

• La odisea de Pablo Morphy en la Habana, 1862-1864 por Andrés Clemente Vázquez, Propaganda Literaria, Havana 1893.
• Paul Morphy. Partidas completas de Rogelio Caparrós, Ediciones Eseuve, Madrid 1993. ISBN  84-87301-88-6 .

• Perfil do jogador e jogos de Paul Morphy em Chessgames.com
• Coluna de Morphy para o New York Ledger em 1859
• Hall da Fama do Xadrez dos EUA – Paul Morphy
• Edward Winter , Edge, Morphy e Staunton
• “A Debate on Staunton, Morphy and Edge” de Edward Winter (artigo de recurso de notas de xadrez)