Kotov,Alexander – Smyslov,Vassily [A13]
Zurich ct Zurich (21), 1953 [Bronstein,D]
[ABERTURA INGLESA]
1.c4 e6 2.Cf3 d5 3.e3 Cf6 4.b3 g6 5.Bb2 Bg7 6.d4 0–0 7.Bd3 c5 8.0–0 cxd4 9.Cxd4 [,] [Melhor era 9.exd4 mantendo um importante P no centro.] 9…e5 10.Cb5 a6 11.C5c3 dxc4 12.Bxc4 b5 13.Be2 Bb7 14.Cd2 e4 [; O preto resolveu com sucesso seus problemas de abertura: eles só precisam desenvolver a dama, que está destinada a participar da luta pelas colunas “c” e “d”. O branco, em busca de complicações, é decidido pelo golpe de dois gumes b4, com a intenção de instalar um N em c5, que por sua vez permite que o preto faça o mesmo na caixa simétrica c4. O jogo que se segue é construído sobre estes temas: controle e posse de pontos c4 e c5, oposição dos bispos na grande diagonal e domínio das colunas abertas.] 15.b4 De7 16.a3 Td8 17.Dc2 Cbd7 18.Cb3 Tac8 19.Tfd1 Cd5 [Diagrama]. Smyslov realmente acha que ele pode ganhar o N cravado? Kotov, sem acreditar nos olhos, investe 40 minutos antes de capturar o N com o sua R.] 20.Txd5 Bxc3 [; Smyslov não se dá conta de que perde duas peças pela R.] [O N devia ser eliminado de outra maneira: 20…Txc3 21.Bxc3 (Então seria ruim para as brancas jogar 21.Txd7 Txc2 22.Txe7 Txb2 23.Txb7 Txb3 já que a partida pronto se inclinaria em favor das negras.) 21…Bxd5 etc.; Após 20…Txc3 21.Bxc3 Bxd5 o melhor para as brancas é 22.Bxg7 Rxg7 23.Tc1 mantenendo uma ligera ventagem.] 21.Txd7! Txd7 [; Smyslov sem dúvida não viu o golpe 21.Rxd7.] [Mas provavelmente não viu que 21…Bxb2 seguia 22.Txd8+ etc.] 22.Bxc3 Bd5 23.Cc5 Td6 24.Bb2 f6 25.Bd4 Df7 26.h3 Te8 27.Tc1 h5 28.a4 f5 29.Bb2 Rh7 30.Dc3 Bc4 31.Bxc4 bxc4 32.Dxc4 Td1+ 33.Rh2 Dxc4 34.Txc4 Td2 35.Bf6 Txf2 36.Td4 f4 37.Td7+ Rh6 38.h4 g5 39.Bxg5+ Rg6 40.Bxf4 [, As negras abandonam.] 1–0
Boleslavsky,Isaak – Keres,Paul [C97]
Zurich ct Zurich (21), 1953 [Bronstein,D]
[APERTURA RUI LOPEZ]
1.e4 e5 2.Cf3 Cc6 3.Bb5 a6 4.Ba4 Cf6 5.0–0 Be7 6.Te1 b5 7.Bb3 0–0 8.c3 d6 9.h3 Ca5 10.Bc2 c5 11.d4 Dc7 12.Cbd2 Td8 [; O começo de uma variante que Keres preparou precisamente para este jogo.] [A ideia é que com 12…Bb7 Branco geralmente fecha no centro com 13.d5 e o B dama não tem nada melhor para voltar a c8.; e se 12…Te8 , é possível 13.dxe5 dxe5 e a R negra deve ir mais tarde para a coluna “d”.] [Após a execução do lance do texto, não faz sentido para o branco d5, já que o B preto está em c8, nem possui dxe5, já que a R negra está na coluna “d”. O branco, portanto, continua com a viajem tradicional do N da dama de b1 para g3 ou e3, via d2–f1.] 13.Cf1 d5! [Diagrama]. E esta é a novidade preparada por Keres. As possibilidades assim criadas no tabuleiro são inesgotáveis. Em cada peça, três ou quatro continuações diferentes são possíveis, nenhuma inferior às outras. Para calcular o quinto lance, deve-se checar cerca de vinte mil variantes, a julgar pelas posições intermediárias que podem favorecer um ou outro oponente. Apenas um computador é capaz de tais cálculos, mas os computadores não têm intuição. Na tentativa de avaliar a posição com base em considerações gerais, eu vim à conclusão de que as brancas tem boas continuações de ataque: o BB, NN e Q podem ser rapidamente incorporados ao coração da batalha (sua R impede a fuga do K preta). Eu só posso discernir duas contra-forças táticas para as pretas: a Q ataca o B de c2 e em um dado momento a R d8 pode criar ameaças na Q branca. No decorrer do jogo, portanto, as brancas devem ser capazes de encontrar continuações que lhes permitam materializar suas chances. Por que, então, as pretas jogam … Rd8 e toda a variante merece um sinal de admiração? A explicação é que, devido à cuidadosa preparação psicológica de Keres, ele sabia de antemão a variante que jogaria e apresentaria Boleslavsky com problemas que eram extremamente difíceis de resolver antes o tabuleiro. Em tais circunstâncias, o Keres corre apenas um risco mínimo de perder e, em contraste, tem chances bem fundamentadas de jogar para vencer.] 14.exd5 [,] [O Mestre Vasiukov sugiriu mais tarde esta inteligente solução: 14.dxe5 dxe4 15.C1d2! exf3 16.exf6 Bxf6 17.Dxf3 Be6 18.Ce4 Be7 19.Dh5 etc.; 14.dxe5 ou 14…Cxe4 15.Ce3! Be6] 14…exd4 15.cxd4 Cxd5 16.De2?! [, Perda de tempo.] [O correto era 16.Cg5] 16…Bb7 17.Cg3 cxd4 18.Cxd4 [, Muitos comentaristas consideraram esse movimento como uma perda de tempo,] [e sugeriram 18.Cf5 mas depois de 18…Bb4 Não está claro como as brancas podem continuar seu ataque, isto é, um ataque, é claro, que permite um vislumbre da vitória, não o ataque pelo simples fato de atacar.] [A perda de tempo não aconteceu aqui, mas no movimento 16.Qe2, ao invés do 16.Ng5 correto.] 18…g6 [, Simples e bom. O branco ameaçou invadir f5 ou h5 com um dos cavalos e incorporar seu Q à ala do rei. Com um movimento modesto, que fecha f5 e h5 para as peças inimigas, Keres resolveu vários problemas defensivos. A vantagem branca deve ser considerada temporária: se não for explorada em dois ou três lances, as pretas incorporarão as suas reservas – o N de a5 – ao reforço a posição de seu K. Depois do forte lance preta, Boleslavsky, na minha opinião, só tem uma continuação ofensiva: 19.Ndf5!, e se as pretas capturar o N: 1) A coluna “g” é aberta. 2) A diagonal b1–h7 abre. 3) A Q branca pode acessar a casa h5. 4) Mais importante ainda, o outro N branco pode reocupar f5! Se, apesar de tudo, as pretas pudessem se defender, bem, o que vamos fazer com ela! Mas, de qualquer forma, essa suposta defesa não seria fácil para Keres. Agora, o jogo branco se deteriora a cada jogada.] 19.Bh6 [,] [19.Cdf5!] 19…Bf6 20.Cb3 Cc4 21.Ce4 Bxb2 22.Cbc5 [, O branco decide sacrificar a qualidade, porque Rb1 ou Rd1, a pressão negra na ala da dama seria intolerável.] 22…Bxa1 23.Txa1 f5 24.Cxb7 Dxb7 25.Cc5 Dc6 26.Cd3 Cc3 27.De1 Df6 28.f4 Ce4 29.Rh2 Dc3 30.Db1 Ccd2 31.Dc1 Txd3 32.Bxd3 Dxd3 33.Dc7 Cf3+! [; As brancas abandonam.] 0–1
Stahlberg,Gideon – Reshevsky,Samuel Herman [E68]
Zurich ct Zurich (21), 1953 [Bronstein,D]
[DEFESA INDIA DO REI Mesmo entre os melhores mestres de hoje, há muitos que jogam melhor com as brancas do que com as pretas. Com as pretas estes jogadores de xadrez pensam no empate desde o primeiro lance. Isto é surpreendente, porque com as brancas os níveis de imaginação e vontade de vencer que não podem deixar de contrastar com o tédio que lhes invade, “adversidade” que muitas vezes lidam com a idéia exclusiva de equalização. No estilo de Reshevsky esta característica se destaca claramente, como o leitor pode ver por si mesmo nos jogos deste grande mestre. Do ponto de vista dos resultados numéricos, Reshevsky venceu sete jogos, fez seis empates e perdeu uma partida com as brancas, enquanto de negras uma vitória, perdeu três vezes e nada menos que dez empates. No jogo que se segue Reshevsky não joga a sua altura e nem sequer consegue realizar a contra-ataque típico inerente à defesa india do rei.]
1.d4 Cf6 2.c4 g6 3.g3 Bg7 4.Bg2 0–0 5.Cc3 d6 6.Cf3 Cbd7 7.0–0 e5 8.e4 exd4 9.Cxd4 Te8 10.h3 Cc5 11.Te1 a5 12.Dc2 Cg4 [; Até agora, toda teoria.] 13.Cb3 [,] [13.hxg4!? Bxd4 14.g5! Lipnitsky.; Na partida n. 131, Averbahk vs Bronstein, as brancas continuaram neste momento 13.Td1] 13…Cxb3 [;] [Em resposta ao jogo textual, 13.Nb3, Reshevsky poderia iniciar uma luta aguda baseada em 13…Ce5 14.Cxc5 dxc5 15.Td1 Bd7 16.Cb5 Lipnitsy,I-Boleslavsky,I; URS-ch20; 1952; 0–1; 46. Ftacnik,L] 14.axb3 Ce5 15.Be3 Cc6 16.Tad1 Cb4 17.Dc1 [,] [Muito mais atraente era aqui 17.Dd2 con idea de trasladar la Q a f2, después de f4.] 17…Bd7 18.Rh2 De7 19.f4 Bc6 20.Dd2 Df8! 21.Df2 [21.Bd4? Bxd4 22.Dxd4 Cc2–+ Ftacnik,L] 21…f5 22.Bd4 Bxd4 23.Txd4 Df6 24.Td2 Te7 25.exf5 Txe1 26.Dxe1 Te8 27.Te2 Txe2 28.Dxe2 Dxf5 29.Bxc6 bxc6 30.De7 Df7 31.De3 [,] [31.Dd8+ Rg7 32.Ce4 h6! Ftacnik,L] 31…Df5 32.De7 Df7 33.De3 Df5 34.De7 [, Tablas.] ½–½
Euwe,Max – Bronstein,David I [A97]
Zurich ct Zurich (21), 1953 [Bronstein,D]
[DEFESA HOLANDESA]
1.d4 e6 2.c4 f5 [; Quem não seria tentado a jogar 2 … f5 contra o campeão holandês? No entanto, esta decisão não o surpreende e, após alguns movimentos introdutórios, o jogo assume o caráter de um debate teórico.] 3.g3 Cf6 4.Bg2 Be7 5.Cf3 0–0 6.0–0 d6 7.Cc3 De8 8.Te1 [, Esta antiga continuação reaparece no horizonte do xadrez devido à possibilidade de um possível sacrifício de R em e4.] 8…Dg6 9.e4 [, Alguns teóricos dizem que esse movimento abre a coluna “e”. Jogadores práticos sabem que na verdade abre duas colunas: a “e” para as brancas e a “f” para as pretas. Isso será feito com a iniciativa de que o jogador primeiro aproveite a “sua” coluna.] 9…Cxe4 10.Cxe4 fxe4 11.Txe4 [Diagrama] 11…e5 [; Preto obviamente não captura a R.] [Já que se 11…Dxe4? 12.Ch4!] [. Mas no interesse do desenvolvimento rápido sacrifícam o P. A correção do sacrifício não será questionada pela aceitação do presente, mas pela retirada silenciosa da R a e1. As Brancas, no entanto, jogam de forma diferente.] 12.De2 Bf5 13.Ch4 [, Euwe provavelmente subestimou a força intrínseca da posição negra. O desejo branco de mudar um dos bispos inimigos é compreensível, mas a R estará mal colocada em h4.] 13…Bxh4 14.Txh4 Cc6 [; A posição branca começa a ficar desconfortável. A troca do B do rei pelo N enfraqueceu muito os casas brancos, mas de que outra forma existe para proteger d4?] [14…Cc6 A solução mais simples parece 15.Be3 mas depois de 15…Bd3 16.Bd5+ Rh8 a iniciativa está nas mãos das negras.] [As brancas decidem trocar peões.] 15.dxe5 dxe5?! [; Tendo cansado de um início agudo, as pretas derivam para um jogo posicional no momento errado.] [Era melhor tomar com o N: 15…Cxe5 e continuar com …Rae8.] 16.Be3 Tad8 17.Bc5 Tfe8 18.Bd5+ [, Os bispos brancos aproveitam a oportunidade para mostrar sua força.] 18…Rh8 19.Dh5 [, O preludio de interessantes complicações.] 19…Dxh5 20.Txh5 g6 21.Txf5! gxf5 22.Bf7 [O preta enfrenta uma escolha difícil: qual dos dois bispos é mais forte? Após longo tempo de reflexão, eles decidem capturar os de casas pretas, principalmente devido à possibilidade de invadir d2 com a R.] 22…Te7 23.Bxe7 Cxe7 24.Bh5 [, A única chance.] [24.Bh5 Agora 24…Td2 se para com 25.Td1 e se 25…Txb2 26.Td7 etc.] [. A questão é se os pretas podem jogar … e4 e levar seu K ao centro através dos casas pretos, g7–f6–e5 e para a execução deste plano eles dedicam todos os seus esforços, mas eles enfrentarão recursos inteligentes.] 24…Cc6 25.Td1 Cd4 26.Te1 e4 [;] [Seria uma lástima acordar tablas repetindo lances: 26…Cc6 27.Td1 Cd4 28.Te1 etc.] [Euwe demonstra com elegância que nem o preta ousado pode mudar o resultado da batalha.] 27.f3 Cc2 28.Tc1 [, Tablas. A intrusão de N em c2 foi negligenciada de minha parte. Os problemas do tempo não foram o motivo, mas pensei que ao jogar f3 Euwe estava entregando a partida.] [Depois de 27… Nc2, era mal 28.Te2 por causa de 28…Td1+ ganhando, mas eu deveria prestar mais atenção a Rc1.; 28.Tc1 calculei superficialmente as variantes: 28…Td2 29.fxe4 fxe4 etc.; 28.Tc1 e 28…e3 29.Txc2 Td1+ 30.Rg2 Td2+ . Ambos pareciam vantajosas para mim e deixei a decisão em suspenso até que vi a jogadas das brancas. A escolha, no entanto, se mostrou difícil.; 28.Tc1 Na primera variante: 28…Td2 29.fxe4 fxe4 as bancas teriam o melhor final depois de 30.Td1! .; 28.Tc1 e na segunda: 28…e3 29.Txc2 Td1+ 30.Rg2 Td2+ después de 31.Txd2 exd2 o P não se tornaria Q, como esperado pelo preto, porque com o simples 32.f4 Branco teria 0 B enquanto as pretasnão teriam seu N.; 28.Tc1 Por consiguinte, o correto seria 28…Cb4 , mas o ataque preta teria evaporado. Obviamente, Euwe estava em um estado de não-guerra naquele dia e, em suma, ambos estávamos em paz.] ½–½
Szabo,Laszlo – Gligoric,Svetozar [A36]
Zurich ct Zurich (21), 1953 [Bronstein,D]
[ABERTURA INGLESA Dizer “a maneira moderna de jocar a abertura” não explica como a abertura foi jocada. Às vezes começa de forma aguda e violenta e o primeiro erro influencia todo o desenvolvimento do jogo. Nesses casos, os oponentes revelam seus planos desde o início: um lidera o ataque contra, digamos, o rei; o outro, na ala da dama. Esta é uma das situações mais comuns em nossos dias, como foi no passado. Neste jogo encontramos um novo caminho, que apareceu em torneios relativamente recentes e foi batizado por A.M. Konstantinopolsky “o estrondo de aberturas”. Cada lado desdobra suas forças e estabelece seus planos sem entrar em contato com o oponente por um longo tempo e, em muitos casos, sem cruzar a linha divisória entre o quarto e o quinto posto. Essa lentidão de operações, no entanto, é muitas vezes um precursor do jogo interessante, como nesta partida.]
1.c4 Cf6 2.g3 g6 3.Bg2 Bg7 4.e4 d6 5.Ce2 0–0 6.0–0 c5 7.Cbc3 Cc6 8.d3 Bd7 9.h3 Ce8 10.g4 Cc7 11.f4 Tb8 [; Esta posição assemelha-se à variante fechada da siciliana, com a diferença insignificante que o P branco “c” está em c4. Os peões brancos são dispostos com vantagem e ameaçam atacar o K adversário. Assim que Szabo joga f5, as pretas respondem com … b5 e a batalha começa.] 12.f5 b5 13.Cxb5 Cxb5 14.cxb5 Txb5 15.Cc3 Tb8 16.g5 Ce5 [;] [Se 16…Cd4 este N bloquearia a base da cadeia de peões brancos e controlaria casas mais importantes. Por outro lado, ele evitaria a próxima jogada branca e Szabo teria que decidir o que fazer com sua P f5.] 17.Cd5 e6 18.f6 exd5 19.fxg7 [, O leitor familiarizado com a teoria das aberturas não terá dificuldade em lembrar o jogo Milner Barry vs Capablanca, como um precedente da “pequena combinação branca”. No jogo mencionado e em uma posição similar, as pretas capturaram em g7, mas alguns jogadores de Moscou provaram mais tarde que …Re8 era mais forte. É provável que aqui também seja o melhor.] 19…Rxg7 [;] [19…Te8 20.d4 cxd4 21.Dxd4 então, em lugar de 21… Qb6, é melhor 21…dxe4 com claro contra jogo.]
20.d4 [Diagrama], Um lance enérgico, fiel ao estilo de Szabo, que leva a um final favorável ao branco.] 20…cxd4 21.Dxd4 Db6 [; A troca de damas é a melhor defesa para o preto, mas não em b6.] [Nenhum defeito é visto 21…Dc8 (ameaçando …Bxh3), e depois de 22.Rh2 Dc5 as negras ganhariam un tempo importante.] 22.Dxb6 Txb6 23.exd5 Bf5 24.b3 f6 25.Be3 Tb7 26.gxf6+ Rxf6 27.Tac1 [, De acordo com o equilíbrio posicional, podemos concluir que favorece as brancas, pois tem o par de bispos e um P extra na ala da dama; e as negras tem um forte N no centro e a maioria dos peões no lado do rei. Branco é mais provável de impor sua vantagem, porque em tais posições: 1) O par de bispos é mais útil que um bom N central e um B ativo. 2) O potencial P passado branco na ala da dama é mais perigoso que o P passado preta, que pode ser facilmente parado pelo K contrário. 3) Um papel não negligenciável também desempenha na luta contra os peões pretos relativamente fracos de a7 e d6.] 27…Te8 28.Tc3 Tbe7 29.Bd4 Rg5 30.Tg3+ Rf6 31.Be4 Tf7 [Diagrama]. Uma posição pitoresca. As peças pretas estão cravadas, mas as brancas não podem receber nenhum benefício, porque seus peões não estão onde deveriam estar, ou seja, as colunas “g” e “f”.] 32.Tc3 Rg7 33.Bg2 [, Os dois bispos têm que ser trocados.] [Depois de 33.Bxf5! gxf5 34.Tc6 você não pode ver como as pretas conseguirão defender seus peões a7, d6 e f5. Por exemplo: 34…Td8
- a) ..Td7 35.Txf5;
- b) ..Tf6 é suficientemente bom 35.Ta6 (ou 35.Tc7+) ; 35.Txd6 Txd6 36.Bxe5+ etc.; 33.Bxf5 A troca de torres nesta variante 33…Txf5 34.Txf5 gxf5 Também é ruim para as pretas, mesmo que apenas por 35.Bxa7 etc.] 33…Rf8 34.b4 Tb8 35.a3 Tb5 36.Td1 Te7 37.Te3 Rf7 38.Tde1 Td7 39.Tc1 [, Szabo recusa novamente ganhar um P.] [39.Bxe5 dxe5 40.Txe5 e se 40…a5 então 41.Bf1 simplemente acba com todos os intentos de criar complicações.] [Volte, no entanto, a esta idéia depois de alguns movimentos.] 39…Cd3 40.Tf1 Ce5 41.Tc1 Cd3 42.Tc8 Ce5 43.Bxe5 [,] [Mas aqui eu não tomaria o P: 43.Bf1 Tbb7 44.Tec3 é muito melhor] 43…dxe5 44.Txe5 Rf6 45.Te3 Rg5 46.Tc5 Tb8 47.Rf2 h5 48.Tg3+ Rh6 49.h4 Tf8 50.Tf3 Tff7 51.Ta5 Tc7 52.Rg3 Tc4 53.Bh3 [, Com alguma negligência, Szabo permitiu que a R negra se instalasse na coluna “c” e atacasse o P passado por trás, dificultando a tarefa.] 53…Tg7 54.d6 Td4 55.Bxf5 gxf5+ 56.Rf2 f4! [; As brancas parecem não ter visto essa possibilidade. Agora, seu K é forçado a recuar para a primeira fila e sua vantagem material torna-se praticamente insignificante.] 57.Ta6 Rg6! 58.d7+ Rf5 59.Txa7 Td2+ 60.Re1 Tgg2 [60…Tgxd7 É provavelmente jogável, mas o textual é mais convincente.][Agora as brancas devem entregar seu orgulhoso P d7, já que a ameaça é …Ra2 ou …Rge2 e …Rh2.] 61.d8D Txd8 62.Tf7+ Re5 63.T3xf4 Ta2 64.Tf3 Tdd2 [; A última jogada difícil desta final, que praticamente garante o empate.] 65.Tf2 Txf2 66.Txf2 Txa3 67.Tg2 Ta1+ 68.Rf2 Ta2+ 69.Rg1 Ta1+ 70.Rf2 Ta2+ 71.Rg1 Ta1+ 72.Rh2 Tb1 73.Tg5+ Rf4 74.b5 Rf3 [; Tablas.] ½–½
Averbakh,Yuri L – Taimanov,Mark E [B88]
Zurich ct Zurich (21), 1953 [Bronstein,D]
[DEFESA SICILIANA]
1.e4 c5 2.Cf3 Cc6 3.d4 cxd4 4.Cxd4 Cf6 5.Cc3 d6 6.Bc4 [, As brancas fazem públicas suas intenções de romper a invulnerável “posição siciliana” no centro por meio de um ataque direto, uma das idéias estratégicas de Bc4. Ao mesmo tempo, não deve esquecer que os jogadores são humanos: o GM Averbahk deseja vingar-se de sua derrota ante o GM Taimanov na primera parte do torneio.] 6…e6 7.0–0 a6 8.Be3 Dc7 9.Bb3 [, As brancas tem suas razões para gastar duas jogadas no desenvolvimento de um B que as negras podem fácilmente trocá-lo com a manobra …Na5, …Nxb3. A manobra da troca também necessitará seu tempo, depois do qual as brancas retardam um forte N em d4, e que por enquanto os bispos pretas não são muito ativos.] 9…Be7 10.f4 Ca5 11.Df3 b5 [; Esta não é a primera experiencia de Taimanov com esta abertura. Ele tevo oportunidade de jogar contra Lipnitsky, no 20 campeonato da URSS, 1952, donde as blancas efetuaram o avanço 12.e5, sem conseguir nada positivo.] 12.e5! [, O signal de admirção não se aplica a qualidade da jogada, e sim a coragem de Averbahk. Taimanov, em suas notas da partida antes mencionada contra Lipnitsky, dizia que o melhor método de jogo para as negras e concluia que toda a variante branca podía ser descartada. Averbahk planeja uma melhor utilização da linha.] 12…Bb7 13.Dg3 dxe5 14.fxe5 Ch5 15.Dh3 [,] [15.Df2 as negras sacrificam peça com 15…0–0! 16.g4 Cxb3 17.axb3 Dxe5 18.gxh5 Dxh5 com forte ataque.] 15…Dxe5 [; Precisamente o que Averbahk esperava!] [Está claro que 15…Cxb3 16.Cxb3 Dxe5 é a coisa certa e depois 17.Ca5 poderia ser uma luta interessante 17…b4! (não 17…Bd5; e nem 17…Cf6 não são boas) mas poderia ser uma luta interessante 18.Cc4 Dc7! 19.Dxh5 0–0 20.Cb6 bxc3 21.Cxa8 Bxa8 etc.] 16.Bxe6! [, Belos sacrifícios como esse são às vezes suscetíveis à refutação simplesmente pelo roque.] 16…fxe6 [;] [Mas neste caso 16…0–0 seria seguido por 17.Tf5 Cf4 18.Txe5 Cxh3+ e o B retoma em h3: 19.Bxh3 etc.] 17.Cxe6 Bc8 [; As negras param a ameaça 18.Bd4, mas existe outra] 18.Dxh5+ Dxh5 19.Cxg7+ [Diagrama] 19…Rd7 20.Cxh5 [, É claro que dois peões extras são suficientes para vencer, e se isso não bastasse, as brancas continuam atacando o K.] 20…Cc4 21.Bd4 Tg8 22.Cd5 Tg5 23.Chf6+ Bxf6 24.Cxf6+ Rc6 25.Cxh7 Tg6 26.Tae1 b4 27.b3 Ca3 28.Te5 Cb5 29.Be3 Cc3 30.Cf8 [, As peças brancas vercam o K preta.] 30…Tg7 31.Tf6+ Rc7 32.Bh6 Tg4 33.Te7+ Rd8 34.Th7 Tb8 35.Ce6+! Bxe6 36.Tf8# 1–0
Petrosian,Tigran V – Najdorf,Miguel [E14]
Zurich ct Zurich (21), 1953 [Bronstein,D]
[DEFESA INDIA DA DAMA]
1.d4 Cf6 2.c4 e6 3.Cf3 b6 4.Cc3 Bb7 5.e3 Be7 6.Bd3 d5 [; Leva a uma variante do Gambito da dama, em que as brancas não obtêm uma vantagem particular.] [Na partida n. 84 (Szabo vs Euwe), que também finalizou em umas rápidas tablas, as negras jogaram 6…c5 aqui.] 7.0–0 0–0 8.De2 Cbd7 9.b3 a6 [; As negras querem colocar seu B em uma posição mais ativa e protegê-lo da ameaça Nb5.] 10.Bb2 Bd6 11.Tad1 Ce4 12.cxd5 exd5 13.Ce5 De7 14.Cxd7 Dxd7 15.Cb1! [, Tablas. Uma dessas posições em que quase todo avanço de P cria uma fraqueza, e na qual não é possível se beneficiar apenas com as peças.] ½–½