Petrosian,Tigran V – Szabo,Laszlo [A34]
Zurich ct Zurich (24), 195 [Bronstein,D]
[ABERTURA INGLESA]
1.c4 Cf6 2.Cc3 c5 3.Cf3 d5 4.cxd5 Cxd5 5.g3 Cxc3 6.bxc3 g6 7.Da4+ Cd7 8.h4 h6 9.Tb1 Bg7 10.Bg2 [, O jogo é característico da estratégia moderna. Os movimentos energéticos Qa4+, h4 e Rb1 são apenas meios de criar uma posição mais favorável do que iniciar em direção ao meio jogo.] 10…0–0 11.c4 e5 12.d3 Cb6 13.Dc2 Bd7 [; Durante alguns movimentos, cada lado manobra silenciosamente dentro de seu próprio campo.] 14.Be3 De7 15.Cd2 f5 16.Cb3 Tac8 17.Bxb7 Tc7 18.Bg2 f4 [Diagrama] 19.Bc1 Bc6 20.Bxc6 Txc6 21.Cd2 fxg3 [; Ao preço de um P, as negras conseguiram manter o K branco no centro. Muito mais importante neste caso ainda é a abertura da coluna “f”, uma vez que teria sido arriscado que o branco fosse lançado aqui, já que a cobertura dos peões f2, g3 e h4 é débil. Petrosian, a partir deste momento vai liderar o jogo com grande inventividade, rejeitando com sucesso as ameaças do seu adversário e mantendo sua vantagem material.] 22.fxg3 Cc8 23.Tb8 Cd6
[Claro, as conseqüências de 23…e4 eram difíceis de calcular com precisão, mas as posições resultantes teriam sido intrincadas e com certas chances para as pretas e que, afinal, era o que Szabo estava procurando quando sacrificava um P.] 24.Txf8+ Dxf8 25.e4 [, Agora o B preto está completamente cego, o resultado de não ter decidido que Szabo avançar … e4.] 25…Dc8 26.Cf1 h5 27.Ce3 Ta6 28.Cd5 Dg4 29.Dg2 Cxc4 [; O branco fortaleceu bem sua posição e não há nada que os pretas possam fazer mais do que tentar sacudir a parede.] 30.dxc4 Txa2 31.Dxa2 Dxe4+ 32.De2 Dxh1+ 33.Df1 Dh2 34.Be3 Dxg3+ [Diagrama] . O preto conseguiu esgotar as reservas brancas de peões. Se o B pudesse ajudar um pouco a sua Q! Decidindo que chegou a hora de deixar o seu confinamento, o B incita o avanço do P “a”, mas é tarde demais. As peças brancas são lançadas em contra-ataque e, graças a sua superioridade numérica, varrem os obstáculos de seu caminho.] 35.Df2 Dh3 36.Rd2 e4 37.Cf6+ Rh8 38.Cxe4 De6 39.Rd3 Dd7+ 40.Re2 De6 41.Cd2 [, As negras abandonam.] 1–0
Najdorf,Miguel – Euwe,Max [E43]
Zurich ct Zurich (24), 1953 [Bronstein,D]
[DEFESA NIMZOINDIA]
1.d4 Cf6 2.c4 e6 3.Cc3 Bb4 4.e3 c5 5.Bd3 b6 6.Cf3 Bb7 7.0–0 0–0 8.Ca4 [, Por alguma razão, os mestres estavam inclinados a usar o sistema defensivo com o B dama em fianchetto quando tiveram que enfrentar Najdorf (ver, por exemplo, os jogos 94 e 118). Neste jogo Najdorf escolhe uma das melhores continuações, forçando as pretas a trocar os peões em condições desfavoráveis.] 8…cxd4 9.exd4 Dc7 10.a3 Be7 11.Cc3 [, O branco parte da rota principal e os teóricos não podem aprender mais nada com esse jogo.] [11.b4! Parece mais lógico, a fim de aproveitar o possível suporte do N e romper com c5. É verdade que 11.b4 poderia ser respondido com 11…Cg4 obrigando a jogar 12.g3 mas isso não seria tão terrível.] [Agora, no entanto, as pretas podem avançar … d5.] 11…d5 12.cxd5 Cxd5 13.Cxd5 Bxd5 14.Ce5 Db7 15.Te1 Cc6 [15…Bxg2 16.f3 Bh3 17.Be4 ganhando] 16.Dh5 f5 17.Cxc6 Dxc6 [; Ambos têm o par de bispos e cada um tem uma fraqueza equivalente – em d4 as brancas, em e6 as pretas , que equilibra as chances de ataque e defesa.] 18.Bf4 Bf6 19.Tac1 Da4 20.Be5 Bxe5 21.dxe5 Tac8 22.De2 Df4 [; A Q negra ocupa uma casa que em rigor pertenece a sua colega branca, ameaçando controlar a coluna “c”.] 23.De3 [Diagrama]. Uma resposta elegante, com a idéia de controlar os casas brancos no centro com seu B e os pretos com seus peões, após a troca de damas. Apesar de isolados e dobrados peões brancos, não serão fracos, já que as torres negras não poderão atacá-los.] 23…Dxe3 24.fxe3 Tfd8 25.Ba6 Txc1 26.Txc1 Be4 [; As pretas foram forçadas a deixar a coluna “c”, mas em troca de controlar a coluna aberta adjacente e serão elas que ocuparão a sétima antes. Ambos vêem gradualmente igualar suas respectivas possibilidades e o jogo termina com um cheque perpétuo.] 27.Bc8 Td2 28.Bxe6+ Rf8 29.Tc7 Txg2+ 30.Rf1 Txb2 31.Tf7+ Re8 32.Txa7 Tb1+ 33.Rf2 Tb2+ 34.Rf1 [O problema branco é que seu K não pode ir a g3: 34.Rg3? devido a 34…Tg2+ 35.Rh4 Tg4+ 36.Rh5 Bf3 etc.; 34.Rg3? Tg2+ ó 35.Rh3 Tg4 etc. Em qualquer destos casos, as negras ganham devido as ameaças de mate.] 34…Tb1+ 35.Re2 Tb2+ 36.Re1 Tb1+ 37.Rd2 Tb2+ 38.Rc3 Tc2+ 39.Rd4 Td2+ 40.Rc4 Tc2+ 41.Rd4 [, Tablas.] ½–½
Taimanov,Mark E – Stahlberg,Gideon [A13]
Zurich ct Zurich (24), 1953 [Bronstein,D]
[ABERTURA RETI]
1.c4 e6 2.g3 Cf6 3.Bg2 d5 4.Cf3 dxc4 5.Da4+ Cbd7 6.Dxc4 a6?! 7.0–0 Bd6 [; A jogadas …Bd6 e …Qe7 preparam …e5, de modo que 6…a6 deve considerar-se como uma perda de tempo.] 8.d4 0–0 9.Td1 De7 10.Dc2 Tb8 [; De novo uma jogada inconsistente.O avanço do P “b” debilita o P “c”, que pronto sucumbe, se bem que em d6, é verdade, mas isso é apenas um acidente.] [Deveria ter jogado 10…e5 imediatamente, e se 11.dxe5 Cxe5 12.Cxe5 as negras devem retomar de B, ou de Q.] 11.Cc3 b5 12.e4 b4 13.Ca4 e5 14.dxe5 Cxe5 15.Cxe5 Dxe5 16.Bf4 Da5 [;] [A Q não podia jogar 16…De7 devido a 17.e5 etc.] 17.Txd6 [, Quando há dois modos distintos de ganhar um P, é difícil resistir a tentação de uma pequena piada.] 17…cxd6 18.Bxd6 Be6 19.Bxf8 Txf8 20.b3 Tc8 21.Dd2 Bd7 [Diagrama] 22.Cb2 Be6 23.Cd3 Bxb3 24.Dxb4 Dxb4 25.Cxb4 Bc4 26.e5 Cd7 27.f4 [, Abrindo um caminho para o K até d4. Enquanto o P e5, não necessita defesa.] [Como pode ver-se na seguiente variante: 27.Tc1 Cxe5? 28.Cc6! Cxc6 29.Txc4 Ce7 30.Txc8+ Cxc8 31.Bb7 Cb6 32.Bxa6 etc.] 27…g6 28.Td1 Cb6 29.Td6 [, Ao permitir a troca de peões “a”, Taimanov prolonga excessivamente o jogo e é forçado a buscar a vitória em um longo final de cavalos.] [Branco, teimosamente, se recusam a capturar um segundo P, com 29.Bb7 etc.] 29…Ca4 30.a3 Tb8 31.Bd5 Bxd5 32.Txd5 [,] [32.Cxd5 era melhor.] 32…Cb6 33.Ta5 [,] [33.Tc5 restringiria a atividad do N preta.] 33…Cc4 34.Txa6 Cxa3 35.Cd5 Cc2 36.Ta4 Rg7 37.Tc4 Td8 38.Cf6 Ce3 39.Tc3 Cf5 40.Tc7 h5 [; Las negras están condenadas a la defensa pasiva. La última jugada de Stahlberg ha reforzado la posición de su N en f5.] 41.Ce4 Te8 42.Rf2 Te7 [; A contínua ameaça branca contra f7 obriga Stahlberg a trocar as torres, exaurindo assim sua ligeira esperança de alcançar o bem conhecido final das torres, empate, de “quatro peões contra três” no mesmo flanco. Essa mesma distribuição de peões, mas em um final de cavalo, como veremos, é ganho.] 43.Txe7 Cxe7 44.Rf3 Rf8 45.Cd6 Cc6 46.Re4 Re7 47.f5 Cb4 48.f6+ Rf8 [; O K se ve obrigado a retirar-se a primeira fila.] [já que se 48…Re6 49.Cb7 ameaçando 50. Nc5# e 50. Nd8+.] 49.Cb7 Ca6 50.Rd5 Cc7+ 51.Rd6 Cb5+ 52.Rd7 [, Não parece fácil escapar nem sequer de um simples N.] 52…Cd4 53.Cc5 Cf5 54.Rd8 [, O K não pode ir além da oitava linha. O autor deseja aproveitar esta oportunidade para refutar uma crença errônea espalhada entre alguns grupos de debutantes, no sentido de que, segundo eles, “quando um K atinge a oitava, esse lado recupera um dos peões perdidos”. Mais do que K neste torneio, chegou à última linha, mas posso garantir que o P não foi devolvido … Esta “regra”, certamente apócrifa, não concorda de forma alguma com a lógica do xadrez, cujas leis foram postas à prova Ao longo de muitos anos de prática.] 54…Cd4 55.Cd7+ [, Na próxima fase da luta, as brancas fazem o adversário voltar e encontrar o caminho certo para vencer.] 55…Rg8 56.Re8 Ce6 57.Re7 g5 [; Zugzwang: o K está acorrentado ao seu P f7, enquanto o seu N deve tentar bloquear o avanço de P “e”, mas os recursos defensivos das pretas foram esgotados.] 58.Re8 Cc7+ 59.Rd8 Ce6+ 60.Re7 Cd4 61.Cc5 [, Agora tudo está pronto para o avanço decisivo e6.] 61…Cc6+ 62.Rd6 Ca5 63.e6 fxe6 64.Re7 [, Golpe evidente e assustador! mas Stahlberg, como sempre, encontrará recursos até o último momento.] 64…Cc6+ 65.Re8 Ce5 66.Cxe6 Cf7 [; As negras ocupam o último reducto defensivo: além há derrota.] 67.Re7 g4 68.Cg7 Ch6 69.Cxh5 Cf5+ [; Se uma competição de cavalos de xadrez fosse organizada, para ver qual deles dava mais cheques, Stahlberg batia todos os recordes.] 70.Re8 Cd6+ 71.Rd7 Cf5 72.Cg7! Ch6 [; O fim dos peões não responde ao gosto de Stahlberg.] 73.Re7 Cf7 74.Cf5 [, As negras abandonam.] 1–0
Gligoric,Svetozar – Boleslavsky,Isaak [B80]
Zurich ct Zurich (24), 1953 [Bronstein,D]
[GAMBITO DA DAMA]
1.e4 c5 2.Cf3 d6 3.d4 cxd4 4.Cxd4 Cf6 5.Cc3 a6 6.g3 e6 [; Desde Gligoric insiste em jogar este sistema com as brancas, Boleslavsky abstém-se de jogar 6 … e5, porque ele imagina que seu oponente terá encontrado alguma melhoria para o seu jogo contra o Najdorf do rodada 18.] 7.Bg2 Be7 8.0–0 0–0 9.b3 Dc7 10.Bb2 Cc6 11.Cce2 Bd7 12.c4 [, As brancas pretendem controlar d5 e contra este plano o preto procede para eliminar todas as peças e peões da grande diagonal, a fim de reduzir a atividade de Bg2, para então minar c4 e finalmente alcançar a igualdade.] 12…Tac8 13.Tc1 Db8 14.Ba3 Tfd8 15.Dd2 b5 16.cxb5 axb5 17.Bb2 Cxd4 18.Cxd4 Db6 19.a3 [, Tablas.] ½–½
Bronstein,David I – Kotov,Alexander [A30]
Zurich ct Zurich (24), 1953 [Bronstein,D]
[DEFESA INDIA DA DAMA]
1.c4 Cf6 2.Cf3 b6 3.g3 Bb7 4.Bg2 c5 5.0–0 e6 6.Cc3 Be7 7.d4 cxd4 8.Cxd4 Bxg2 9.Rxg2 [, Na Defesa India da Dama, um fianqueto de …K! O que forçou as brancas a fianchettar B e a trocar em seguida? g2 não é, claro, um bom lugar para o K. A luta posicional na Defesa India da Dama gira em torno do avanço de d5 preto: se as brancas é capaz de impedi-lo, então eles terão um jogo melhor, mas se não forem, o jogo será igualado. O branco, portanto, troca os bispos para neutralizar o apoio da dama negra, e é por isso que o K branco está em g2. Em outras variantes, as brancas jogam Ne1 e retoma em g2 com N.] 9…Dc8 [; Esta é também uma manobra característica deste tipo de posição. Especular com o indefeso P branco de c4 , o preto ocupa a grande diagonal sem perder tempo.] 10.Dd3 Cc6 11.b3 0–0 12.Bb2 Td8 [; Um lance tranquilo que destaca a força da posição preta. O branco não tem mais meios de manter o P c4 no lugar.] 13.Tac1 Cxd4 14.Dxd4 Bc5 15.Df4 Db7+ 16.Rg1 d5 17.cxd5 [, Tablas. Os meios usados pelas brancas para lutar pela vantagem eram muito cautelosos e, portanto, inoperantes.] ½–½
Reshevsky,Samuel Herman – Geller,Efim P [E35]
Zurich ct Zurich (24), 1953 [Bronstein,D]
[DEFESA NIMZOINDIA]
1.d4 Cf6 2.c4 e6 3.Cc3 Bb4 4.Dc2 d5 5.cxd5 exd5 6.Bg5 h6 7.Bxf6 Dxf6 8.a3 Bxc3+ 9.Dxc3 [, Por que Reshevsky abriu esta posição? O branco tem alguma vantagem? A posição é simétrica, mas não é bem assim. Os peões de Geller estão localizados em casas brancos, portanto, os casas em frente a esses peões são pretos e nesses casas, Reshevsky pode colocar um sólido N, enquanto o B branco Geller não pode expulsá-lo. Por outro lado, o inevitável … c6 permitirá as brancas atacar as minorias. O branco, portanto, tem a chance de melhorar sua posição, enquanto o preto tem que operar, à força, no lado do rei, mas o plano a ser adotado não é claro.] 9…0–0 10.e3 c6 11.Ce2 Bf5 12.Cf4 Cd7 13.Be2 Tfe8 14.0–0 Cf8 15.b4 Ce6 16.Ch5 [,] [As desvantagens de um ataque minoria esquemático seriam evidentes se as brancas ingenuamente trocassem o N: 16.Cxe6 Txe6 17.b5 Dg5 18.bxc6 Txc6 19.Db3 Bh3 20.Bf3 Bxg2! e o flanco da rainha permanece, enquanto o flanco do rei branco foi desmantelado.] [A combinação de ataque e defesa é uma qualidade preciosa e essencial para qualquer mestre de xadrez. Entusiasmo sobre nossas próprias idéias geralmente envolve uma dose de subestimação daquelas do oponente. Reshevsky, ao incorrer precisamente nessa subestimação, acabará perdendo meio ponto.] 16…Dg6 17.Cg3 Tac8 18.Tac1 Cg5 [;] [Geralmente faz sentido aqui continuar 18…a6 a fim de provocar 19.a4 de modo que o ataque de minorias brancas implicará uma troca prévia de peões e quanto mais os peões que os pretas podem trocar na ala da dama, menos fraquezas eles terão nesse setor.] 19.b5 [,] [19.b5 Esta ruptura se baseia no fato de que depois 19…cxb5 20.Db3 jogue como jogue as pretas, o branco não só recuperará o P, mas ganhará outro.] 19…Ce4 20.Da5 [, A Q ataca o P a7. Se as pretas tivessem jogado antes … a6, eles correriam muito menos perigo agora.] 20…c5! [; Geller não perde a inteligência ou a presença de espírito em situações difíceis. Uma vez convencido de que com movimentos “normais” ele perderia a batalha, ele sacrifica um P, permitindo aos Brancos dois peões passados e unidos, mas criando uma contra jogo interessante baseada na seu P avançado e na “coluna” c”.] 21.Cxf5 [,] [Se, por exemplo 21.Dxa7 então 21…c4 etc.] 21…Dxf5 22.dxc5 b6 23.Dxa7 [,] [Evidentemente, não 23.cxb6?? Txc1 24.Txc1 Dxf2+ ganhando.] 23…bxc5 24.Bd3 c4 25.Bxe4 Dxe4 26.Tfd1 c3 27.Dd4 [, A tática de Geller foi justificada: temendo o rápido avanço de P “c”, eventualmente seguido do P “d”, Reshevsky se apressa para trocar as damas, depois do que há sérias chances de empate. Os problemas pretas teriam sido mais difíceis após 27. b6 ou 27. Rd4.] [Por exemplo: 27.b6 c2 28.Tf1 (mas não 28.Te1 d4!) ] 27…Tc4 28.Dxd5 c2 29.Td2 Dxd5 30.Txd5 Ta8 31.b6 [Diagrama] 31…Tb8 [; Um dos raros casos em que Geller omite uma combinação de salvamento, com base na “falta de ar” das brancas:] [Por exemplo: 31…Txa3 32.b7 Tb4 33.Td8+ Rh7 34.b8D Txb8 35.Txb8 Td3 36.Tf1 Tc3! e branco não tem nada melhor do que entrar em uma final de “quatro peões contra três”, considerados tablas por teoria (ver jogo n.150, Gligoric vs Euwe).] 32.Td6 Ta4 33.Txc2 Txa3 34.h3 Tb3 35.Tcc6 Tb2 36.e4 h5 37.e5 h4 38.Td4 [, Parece que nada pode salvar as pretas aqui. Apesar de tudo, eu não trocaria o P b6 pelo de h4. As Brancas não poderiam colocar suas torres na sétima?]
[Por exemplo: 38.e6 f6 39.Tc7 T2xb6 40.Tdd7 Parece que isso resolve. Por outro lado, um ataque semelhante ao g7 foi empregado por Reshevsky neste mesmo torneio, contra Euwe.] 38…T2xb6 39.Txb6 Txb6 40.Txh4 [, Para entender a fase que se segue, é necessário ter em mente que existem finais de torres que terminam em empate com dois peões de vantagem nem sempre é ganho. Por exemplo, o fim de R e P de bispo, contra R, às vezes não é ganho e o mesmo pode ser dito para o final de R e PP unidos contra R, se os peões puderem ser bloqueados. Geller espera poder levar o jogo a uma desses finais.] 40…Tb1+ 41.Rh2 Te1 42.f4 Te3 43.Tg4 Rh7 44.Tg3 Te2 45.h4 Te4 46.Tf3 f6 47.exf6 gxf6 48.Rg3? [, Pensando que ele pode jogar a bel prazer, Reshevsky move suas peças com negligência.] [Era necessario jogar 48.g4] [Agora, o preto pode fazer o bloqueio importante … f5.] 48…Rg6 49.Ta3 f5 [; O preto já conseguiu muito: R e K estão ativos e os peões brancos estão mal colocados.] 50.Ta6+? [,] [Apesar de tudo, se as brancas jogassem agora 50.Ta8 seus dois peões extras lhe dariam facilmente o ponto.] 50…Rh5 [Diagrama] 51.Tf6? [, Surpreendentemente, esta segunda imprecisão deixa escapar a vitória branca.] [51.Ta8 seria o correto.] [Cierto que ahora el K preta está restringido, incluso demasiado. É verdade que agora o K preto está restrito, até demais.] 51…Te3+ 52.Rf2 Ta3 53.g3 [,] [Depois de 53.Txf5+ Rxh4 surge uma posição típica de empate, apesar dos dois peões brancos extras.] 53…Tf3+! [;] [Depois de 53…Tf3+ 54.Rxf3 ó; 53…Tf3+ 54.Rg2 Txg3+ 55.Rxg3 Tablas por afogado!] [O K é removido para a coluna “e”, mas o resultado não é alterado. Com a R branca em a8 não teria afogado nesta posição e as brancas ganhariam.] 54.Re2 Txg3 55.Txf5+ Rxh4 56.Rf2 Ta3 57.Tg5 Tb3 58.Tg1 Rh5 59.Re2 Ta3 60.f5 Ta5 [; Tablas.] ½–½
Keres,Paul – Smyslov,Vassily [A34]
Zurich ct Zurich (24), 1953 [Bronstein,D]
[ABERTURA INGLESA Na véspera da rodada 24, Keres estava a meio ponto de distância de Smyslov e no dia seguinte estava livre. Em caso de empate, Keres seguiria meio ponto de Smyslov, que se distanciaria ainda mais de derrotar Reshevsky ou até mesmo de empatar com ele, na ronda 25. Nestas circunstâncias, Keres decidiu jogar o seu truque, arriscando um ataque agudo. e infreqüente contra o rei, empregando suas RR e nenhum P. Keres não podia ou não deveria metodicamente preparar seu ataque. Na jogada 19, ele sacrifica uma R “por nada”, como dizem os ingleses. Pelo que entendi, o conceito de sacrifício está mais ou menos ligado a uma cheque espetacular, o que implica a captura forçada da peça. Outros sacrifícios mais sutis, no entanto, têm características diferentes: um ataque que não pode ser capturado, por exemplo …]
1.c4 Cf6 2.Cc3 e6 3.Cf3 c5 4.e3 Be7 5.b3 0–0 6.Bb2 b6 7.d4 cxd4 8.exd4 d5 9.Bd3 Cc6 10.0–0 Bb7 11.Tc1 [,] [Se 11.De2 O preto pode tentar ganhar um P, sem grandes problemas: 11…Cb4 12.Bb1 dxc4 13.bxc4 Bxf3 14.Dxf3 e 14…Dxd4 etc.]11…Tc8 12.Te1 Cb4 13.Bf1 Ce4 14.a3 Cxc3 15.Txc3 [, As brancas estão a meio caminho de seu plano original de levar suas torres ao flanco do rei.] [No entanto 15.Bxc3 Obviamente não é jogável, 15…Ca2 etc.] 15…Cc6 16.Ce5 Cxe5 17.Txe5 [Diagrama] , Ambas torres se acercam do deu objetivo.] 17…Bf6 18.Th5 g6 [; Não é inapropriado dizer que as brancas já tenham algumas ameaças.] [18…g6 Por ejemplo: 19.Txh7 Rxh7 20.Dh5+ Rg8 21.Th3 Bh4 22.Txh4 f5 23.Dh7# com um ataque irresistible.] 19.Tch3 [, “Eu estava refletindo há muito tempo”, disse Smyslov mais tarde. “Eu realmente queria capturar a R, especialmente porque eu não vi como os brancos poderiam ganhar …” Certamente, uma R por nada! Seu problema era: se ele não capturasse a R e não vencesse o jogo, como ele poderia mais tarde suportar a lembrança de tê-lo desconsiderado? e se ele permitisse que um único lance passasse, a R capturaria o de P h7 e quem poderia capturá-la mais tarde? Assim, como não havia possibilidade de calcular com precisão todas as variantes, era necessário apenas examinar as continuações principais e manter a autoconfiança.] 19…dxc4 [; A intuição não deixa Smyslov: encontre o melhor lance, pois eles demonstrariam nas análises. Mas como ele poderia encontrá-lo? Qual é o mecanismo, se é que se pode chamar assim, que constitui a intuição de um grande mestre? Smyslov raciocinou e pesou seu lance, ou simplesmente o escolheu como aquele que escolhe um número da sorte na loteria? O movimento textual ocorreu a ele, é claro, como consequência de um profundo entendimento dos fatores posicionais existentes no tabuleiro. Primeiro, as pretas abrem a diagonal para seu B, que agora pode ser movida para f5 ou g6, via e4. Em segundo lugar, eles abrem a coluna “d”, que permite que eles a coloquem em d5, atacando g2 ao longo da grande diagonal, ou simplesmente capturando d4 com a Q. Terceiro, o P passado na colun “c” pode ser avançado para c3 e fechar a diagonal do B branco. Enquanto isso, a R branca ainda é atacada e sua captura ameaçada.] [19…dxc4 Se, por exemplo, 20.bxc4 então 20…gxh5 21.Dxh5 Be4 etc.; Um, no entanto, é curioso por natureza, e se pergunta: O que teria acontecido se Smyslov capturasse a R imediatamente? Não teria sido salvo depois 19…gxh5 20.Dxh5 Te8 abrindo uma escapatória para o K? Parece que as brancas teriam destruído seu adversário com o golpe 21.a4!! ameaçando Ba3. Exemplos: 1) 21…dxc4 22.Dxh7+ Rf8 23.Ba3+ Te7 24.Tg3 etc.; 19…gxh5 20.Dxh5 Te8 21.a4 , 2) 21…Dd6 22.c5 e agora: a) 22…bxc5 ; (b) 22…Dd8 23.c6 Txc6 24.Ba3 Td6 25.Dh6 Bxd4 26.Bd3 ;; c) 22…Df4 23.Dxh7+ Rf8 24.Ba3 bxc5 25.Bxc5+ Te7 26.Tg3 Re8 27.Bb5+) . 23.Dh6 Bg7 24.Dxh7+ Rf8 25.dxc5] 20.Txh7 [,] [Keres poderia ter empatado aqui, com 20.Dg4 c3 21.Bxc3 Txc3 22.Txc3 Dxd4 23.Dxd4 Bxd4 24.Tc7 gxh5 25.Txb7 mas ele não concebeu seu ataque para se contentar com um empate.] 20…c3 [20…c3 O B não pode nem tomar o P: 21.Bxc3 Txc3 ganhando.; 20…c3 nem deixar-lo 21.Bc1 Dxd4 etc.] [Keres encontra a melhor possibilidade:] 21.Dc1 Dxd4 [;] [Capturar o B haveria sido suicidio: 21…cxb2 22.Dh6 Dxd4 23.Th8+ Bxh8 24.Dh7#] 22.Dh6 Tfd8 23.Bc1 Bg7 24.Dg5 Df6 25.Dg4 c2 26.Be2 Td4 [; Preciso até o final. Preto faz com que f4 abra uma diagonal para o cheque.] 27.f4 Td1+ 28.Bxd1 Dd4+ [; As brancas abandonam.] 0–1