Epopeia do Campeonato Brasileiro de Xadrez
Parte 2 (1941 a 1960)
Parte 1 (1927 a 1940)
Parte 3 (1961 a 1980
Parte 4 (1981 a 2000)
Parte 5 (2001 em diante)
Campeonato Brasileiro 1941
Campeão: Ademar Silva Rocha (Rio – DF)
Vice-campeão: Arnaldo Parisot (Rio – DF)
Local: Rio de Janeiro (DF)
O Campeonato Brasileiro de 1941 na verdade nunca foi realizado. Ademar Silva de Oliveira Rocha venceu a Prova de Honra Presidente Vargas e conseguiu anos mais tarde (1953) junto da diretoria da Confederação Brasileira de Xadrez (CBX) a homologação do título de campeão brasileiro de 1941 em razão da sua vitória no torneio em homenagem a Getúlio Vargas. A Prova de Honra Presidente Vargas, a primeira competição após a mudança da entidade nacional de Federação Brasileira de Xadrez para Confederação Brasileira de Xadrez, fez parte de tantas outras atividades esportivas, sociais e cívicas para festejar o quinquagésimo oitavo aniversário de Getúlio Vargas. A sessão inaugural da competição, no dia 17 de abril de 1941, no Ginástico Português, foi presidida pelo ministro da Viação e Obras Públicas, João de Mendonça Lima; e filmada pelo Departamento de Imprensa e Propaganda (DIP), o mais poderoso órgão do Estado Novo.
A Prova Presidente Vargas, aberta a todos enxadristas do Brasil, estabeleceu novo recorde da América do Sul para torneios do gênero: 236 participantes. As rodadas foram disputadas nas sedes de 13 clubes do Rio de Janeiro: Ginástico Português, Central, Automóvel Clube, Clube Naval, Clube Militar, Olímpico Clube, Inapiários, Sul-America, Cocotá, Clube Municipal, Corpo Cooperador (da revista Xadrez Brasileiro), Flamengo e Sociedade Sul-Riograndense. O Esporte Clube Cocotá (Ilha do Governador) ganhou o setor de equipes do evento. Silva Rocha, ao vencer Arnaldo Parisot por 2 a 1, no match final, conquistou o torneio individual. Esse resultado fez com que doze anos mais tarde conseguisse da CBX o título de campeão brasileiro. A revista “Xadrez”, editada em São Paulo por Márcio Elísio de Freitas, em seu número 6 (janeiro 1956), publicou uma relação de campeões brasileiros, sem constar o nome de Silva Rocha. Rocha escreveu para a revista reclamando do fato. A reclamação saiu no número 8 da revista. Em certo trecho da sua carta, Silva Rocha narra o seguinte: “O meu título de campeão brasileiro de 1941, foi oficialmente reconhecido pela Confederação Brasileira de Xadrez, conforme cópia da certidão anexa. Poderei enviar-lhe cópia fotostática da certidão, devidamente legalizada, se desejarem. Solicito a fineza de retificar essa notícia no próximo número da revista “Xadrez”, envio-lhes as minhas saudações enxadrísticas”. A seguir o texto da resposta da revista: “Aqui estamos para esclarecer o fato, e somente não o fizemos em nosso número anterior porque a carta de nosso estimado amigo Silva Rocha chegou tardiamente à nossa redação. Ocorre no caso, apenas uma questão de interpretação. A relação por nós publicada diz respeito aos campeonatos realizados, isto é, disputados em torneio. Assim, jamais pretendemos colocar em dúvida o título de campeão brasileiro de 1941, outorgado merecidamente a Ademar Silva Rocha pela Confederação Brasileira de Xadrez. A certidão aludida pelo distinto missivista é a seguinte:”
Confederação Brasileira de Xadrez
Certidão
Em atendimento ao requerido pelos Sr. Adhemar Silva de Oliveira Rocha, em sua carta de 21 de agosto de 1953, levada ao conhecimento e aprovada pela Diretoria em sua sessão de 9 de setembro de 1953, certifico que do livro de atas da Diretoria consta a fls. 20 e 20v o seguinte: ofício do Sr. Adhemar da Silva Rocha, solicitando o reconhecimento do título de campeão brasileiro de xadrez em virtude de ter participado de um torneio público realizado sob o patrocínio da CBX e haver recebido, em solenidade oficial, uma medalha alusiva ao feito, incluído no expediente da reunião de Diretoria de 12 de agosto de 1949; constando a fls. 20v e 21 que: “submetida à apreciação da Mesa o pedido do renomado enxadrista Silva Rocha foi o mesmo atendido, tendo o Sr. Presidente autorizado o Secretário a oficiar a respeito do assunto ao interessado”, tendo a ata da referida reunião sido assinada por José Adail (secretário), Almeida Soares, Pompeu Acioly Borges, Lauro Braga e Sabino Ribeiro Júnior. Certifico ainda que a fls. 53v consta a transcrição do seguinte ofício: “1 – Rio de Janeiro, agosto 31, 1949 – Ilmo. Sr. Dr. Adhemar da Silva Rocha. Tenho o prazer de comunicar que, em fase da vossa solicitação, relativa a homologação do título que conquistastes em Torneio Aberto realizado em 1941, a Diretoria desta Confederação reunida em sessão plenária, reconhecendo os relevantes serviços que vindes prestando ao enxadrismo nacional e os reconhecidos méritos de que sois possuidor, resolveu reconhecer o vosso direito à conquista da honrosa láurea de Campeão Brasileiro de Xadrez do referido ano. Certo de que sabereis fazer jus a tão magna credencial, ilustrando com a vossa presença os certames realizados sob os auspícios desta entidade e emprestando o brilho de vossa inteligência à causa da arte de Caissa no Brasil, escuso-me de acentuar o caráter estritamente excepcional da decisão emanada dos atuais responsáveis pelos destinos do órgão supremo do enxadrismo pátrio. Limitado ao assunto, subscrevo-me com elevada e incontrastável consideração, José Adail Catunda Gondin, secretário”. Nada mais havendo a consignar, encerro a presente certidão. Rio de Janeiro, 14 de novembro de 1953, (ass.) Fernando de Almeida Vasconcelos, secretario (firma reconhecida no Tabelião José da Cunha Ribeiro do 21º Ofício de Notas do Rio de Janeiro).
Ademar Silva de Oliveira Rocha (foto), oficialmente o campeão brasileiro de 1941, nasceu em Valença (RJ) em 2 de julho de 1908. Faleceu em 14 de novembro de 1975, vítima de colapso cardíaco, quando caminhava pelo Centro do Rio de Janeiro. Foi campeão carioca em 1934, 1935 e 1937.
Com o título outorgado pela CBX a Silva Rocha, podemos considerar Arnaldo Parisot o vice-campeão brasileiro de 1941, pois Parisot foi o segundo colocado na Prova de Honra Getúlio Vargas. Arnaldo Parisot nasceu no Rio de Janeiro (RJ) em 10/10/1914. Faleceu também no Rio em 22/10/1975.
Campeonato Brasileiro 1942
Campeão: Walter Oswaldo Cruz (Rio – DF)
Vice-campeão: Paulo Roberto Duarte Filho (SP)
Local: Rio de Janeiro (DF)
Paulo Roberto Duarte Filho, representante de São Paulo, venceu o Torneio Nacional de Seleção de 1942 e ganhou o direito de desafiar o campeão Walter Cruz (é bom lembrar que Walter Cruz conquistou o Brasileiro de 1940, ostentando o cetro nacional até o início do campeonato de 1942, quando o colocou em jogo. O título de 1941 de Silva Rocha não existia na época, pois a CBX só o concedeu em 1953. Silva Rocha até disputou a fase preliminar do Brasileiro de 1942). O Torneio Nacional de Seleção de 1942 foi dividido em duas partes, cada uma classificando dois enxadristas para a fase decisiva.
PRELIMINAR DE TERESÓPOLIS (RJ) – 1) Jaime Moses (MG), 6,5 pontos; 2) Paulo Duarte (SP), 6; 3) Flávio Carvalho (SP), 5,5; 4) Caetano Neto (Rio-DF), 5; 5) J. T. Mangini (Rio-DF), 4,5; 6) J. Verna (MG), 4,5; 7) Washington de Oliveira (RJ), 2; 8) Oswaldo Marques (RJ), 1,5; 9) José Carlos de Almeida Soares (Rio-DF), 0,5 ponto.
PRELIMINAR DO RIO (DF) – 1) Luiz Burlamaqui (Rio-DF), 3,5 pontos; 2) João de Souza Mendes (Rio-DF), 2,5; 3) Oswaldo Cruz Filho (Rio-DF), 1,5; 4) Ademar Silva Rocha (Rio-DF), 1,5; 5) Edmundo Gastão da Cunha (Rio-DF), 0,5 ponto.
A classificação da fase final, realizada no Automóvel Clube (Rio de Janeiro (DF), foi a seguinte: 1º) Paulo Duarte, 5 pontos; 2º) João de Souza Mendes, 4; 3º) Luiz Burlamaqui e Jaime Moses, 1 ponto.
O match pelo Brasileiro de 1942 terminou empatado em 5 a 5. Com esse resultado, Walter Cruz conservou o título. Ele venceu quatro partidas (primeira, segunda, sétima e oitava). Paulo Duarte também venceu quatro (terceira, quarta, sexta e nona). A quinta e décima terminaram empatadas. A nona partida foi bastante tumultuada. Após a oitava partida, Walter vencia por 4,5 a 3,5. Precisava apenas de um empate nas duas últimas partidas. Paulo Duarte, porém, teria que ganhar as duas.
Assim, a nona partida teve um clima de muita tensão, fazendo que ambos cometessem vários erros durante a refrega. Por lapso de Paulo Duarte, a posição repetiu três vezes após o lance 42 das brancas (ver na nona partida mais adiante que as posições após os lances das brancas 38, 40 e 42 são idênticas). De acordo com a regra da FIDE, Walter Cruz exigiu o empate ao árbitro. Houve demorada discussão, sem ninguém chegar a uma decisão. No dia seguinte, o presidente da CBX, Comandante Olavo Coutinho Marques, em nota oficial, declarou Paulo Duarte vencedor da partida.
Contrariado, Walter Cruz jogou a décima e aceitou a proposta de empate, apesar de ter uma torre a mais (ver a décima partida mais adiante). “O empate me dava o título; eu estava impaciente para terminar esta partida, após os atos antiesportivos da véspera. Naturalmente, a décima partida estava completamente ganha, como a nona estava empatada pela regra da FIDE” – declarou muito nervoso Walter Cruz.
O vice-campeão brasileiro, Paulo Roberto Duarte Filho, nasceu em São Sebastião do Paraíso (MG) em 24/6/1909 e faleceu em São Paulo (SP) em 6/3/1970.
PARTIDAS DO BRASILEIRO 1942
Walter Cruz 1 x 0 Paulo Duarte – 1a. partida
Paulo Duarte 0 x 1 Walter Cruz – 8a. partida
Walter Cruz 0 x 1 Paulo Duarte – 9a. partida
Walter Cruz jogou o lance 42. Re1, levantou-se e pediu empate, pois a posição foi repetida três vezes (lances 38, 40 e 42). O árbitro não aceitou e a partida ficou paralizada. No dia seguinte, a CBX deu a vitória a Paulo Duarte, contrariando a regra da FIDE.
Paulo Duarte 0,5 x 0,5 Walter Cruz – 10a. partida
Walter Cruz está ganho, mas aceitou o empate por lhe dar o título e por estar ainda contrariado pelos fatos acontecidos na partida anterior.
Campeonato Brasileiro 1943
Campeão: João de Souza Mendes Júnior (Rio – DF)
Vice-campeão: Raul Herman Charlier (SP)
Local: São Paulo (SP)
O Campeonato Brasileiro de 1943 (décima segunda edição, sem computar o de 1941) foi o primeiro a ser realizado fora da antiga capital federal. Por gestão de Américo Porto Alegre, presidente da Federação Paulista de Xadrez, junto à CBX, o match final foi disputado no Clube de Xadrez São Paulo. Souza Mendes, com 50 anos de idade, foi novamente campeão brasileiro.
Ao assumir o cargo de presidente da CBX, o enxadrista Rui de Castro modificou o esquema do Campeonato Brasileiro. O Torneio Nacional de Seleção foi dividido em quatro setores: Distrito Federal (Rio), Estado do Rio de Janeiro, Minas Gerais e São Paulo. O campeão do ano anterior, Walter Cruz, teria que disputar a eliminatória do Distrito Federal. Ainda magoado com os atos da ex-diretoria no campeonato passado, ele ficou também contrariado com a nova diretoria por ter perdido o direito adquirido de disputar o match final de 1943 sem precisar jogar torneio classificatório. Por isso, não se inscreveu na competição.
Somente o Distrito Federal realizou o seletivo, ganho por Souza Mendes. Os demais Estados escolhidos pela CBX tiveram os representantes indicados pelas federações. A Paulista alegou que não teria tempo de efetuar o torneio e designou Raul Herman Charlier para defender São Paulo. O campeão do Estado do Rio, Henrique Maia Vinagre, abdicou do direito de participar dasemifinal em favor do vice-campeão fluminense Oswaldo Marques de Oliveira. Minas Gerais foi representada pelo seu campeão José Pereira da Rocha Filho. O Ceará, naquela época, por causa do abnegado Gilberto Câmara, já possuía bom nível técnico. Porém, foi esquecido pela CBX.
A classificação do Torneio Nacional de Seleção (setor Distrito Federal) foi a seguinte: 1) João de Souza Mendes, com 8 pontos; 2º) J. T. Mangini, 6,5; 3º) Orlando Roças, 6; 4º) Ademar da Silva Rocha, 6; 5º) Joaquim Caetano Neto, 5,5; 6º) Manuel Madeira de Ley, 4; 7º) Nélson Dantas, 4; 8º) José Carlos Almeida Soares, 2,5; 9º) Arnaldo Parisot, 2,5; 10º) Francisco Farias Vaz, com zero ponto.
Os matches semifinais foram realizados em janeiro e fevereiro de 1943. No Clube de Xadrez de Teresópolis, Souza Mendes se impôs sobre Oswaldo Marques por 3,5 a 0,5 (3 vitórias e 1 empate). No Clube de Xadrez São Paulo, Raul Charlier triunfou sobre Pereira da Rocha por 3,5 a 1,5 (3 vitórias, 1 empate e 1 derrota). O match final foi disputado no Clube de Xadrez São Paulo de 6/2/1943 a 5/3/1943. Souza Mendes venceu Charlier por 5,5 a 4,5 (3 vitórias, 5 empates e 2 derrotas). O campeão ganhou a segunda, quarta e quinta partidas. Charlier, a sexta e oitava. As demais partidas terminaram empatadas.
O vice-campeão brasileiro de 1943, Raul Herman Charlier, nasceu em São Paulo (SP) em 1913. Faleceu também em São Paulo (SP) em 3/5/1962
PARTIDAS DO BRASILEIRO 1943
Souza Mendes 1 x 0 Raul Charlier – 2a. partida
Souza Mendes 1 x 0 Raul Charlier – 4a. partida
Raul Charlier 0 x 1 Souza Mendes – 5a. partida
Souza Mendes 0 x 1 Raul Charlier – 6a. partida
Campeonato Brasileiro 1944
Campeão: Orlando Roças Júnior (RJ-antigo)
Vice-campeão: Flávio de Carvalho Júnior (SP)
Local: Nova Friburgo (RJ)
Classificação | 1 | 2 | 3 | 4 | 5 | 6 | 7 | PG |
1 – Orlando Roças – RJ | 1 | 0,5 | 1 | 1 | 0,5 | 1 | 5,0 | |
2 – Flávio de Carvalho – SP | 0 | 1 | 1 | 0,5 | 1 | 1 | 4,5 | |
3 – Olímpio Hartz – RS | 0,5 | 0 | 0,5 | 1 | 1 | 1 | 4,0 | |
4 – AlbertoTeófilo – Rio-DF | 0 | 0 | 0,5 | 1 | 1 | 1 | 3,5 | |
5 – Washington de Oliveira – RJ | 0 | 0,5 | 0 | 0 | 1 | 1 | 2,5 | |
6 – Heitor Ribas – Rio-DF | 0,5 | 0 | 0 | 0 | 0 | 1 | 1,5 | |
7 – Paulo Duarte Filho – SP | 0 | 0 | 0 | 0 | 0 | 0 | 0 |
Em janeiro de 1945, a CBX ainda não havia efetuado o Campeonato Brasileiro do ano anterior. Então, programou para março de 1945 a edição atrasada de 1944. A de 1945 ficaria para o segundo semestre, mas acabou nunca sendo realizada. A edição de 1944 teve como palco o Clube de Xadrez de Nova Friburgo, no período de 25 de março a 1º de abril de 1945, com a vitória de Orlando Roças Júnior, que representou a Federação Fluminense de Xadrez. O Campeonato Brasileiro de 1944 inaugurou o esquema da disputa final pelo sistema schuring, encerrando a época romântica dos matches entre o campeão e o seu desafiante. Também foi em cidade do interior: Nova Friburgo, na região serrana do Estado do Rio. A grande ausência foi do campeão João de Souza Mendes, por motivos particulares. Com meio ponto atrás de Orlando Roças, ficou o paulista Flávio de Carvalho Júnior. O outro representante de São Paulo, Paulo Duarte Filho, que jogou muito bem o match com Walter Cruz em 1942, decepcionou completamente, ocupando a última colocação e perdendo todas suas partidas.
Durante a disputa do campeonato, à margem do tabuleiro, havia no ar do salão de jogos a profunda alegria, que tomava conta do mundo inteiro, com a proximidade do fim da Segunda Guerra Mundial. As notícias das vitórias dos Aliados (principalmente dos expedicionários brasileiro na Itália) chegavam à Nova Friburgo pelo rádio e contagiavam os participantes, dirigentes e assistentes do campeonato. Orlando Roças conquistou o título no dia 1º de abril, e um mês depois a guerra acabou na Europa (8 de maio de 1945).
PARTIDAS DO BRASILEIRO 1944
Orlando Roças 1 x 0 Flávio de Carvalho
Paulo Duarte 0 x 1 Orlando Roças
Washington Oliveira 0,5 x 0,5 Flávio de Carvalho
Campeonato Brasileiro 1947
Campeão: Márcio Elísio de Freitas (SP)
Vice-campeão: Arrigo Prosdocimi (RS)
Local: Porto Alegre (RS)
Classificação | 1 | 2 | 3 | 4 | 5 | 6 | 7 | 8 | 9 | 10 | 11 | 12 | 13 | 14 | PG |
1 – Márcio Elísio Freitas – SP | 0,5 | 0,5 | 1 | 1 | 1 | 1 | 0 | 05 | 1 | 1 | 1 | 1 | 1 | 10,5 | |
2 – Arrigo Prosdocimi – RS | 0,5 | 0 | 0,5 | 1 | 1 | 0 | 1 | 1 | 1 | 1 | 1 | 1 | 1 | 10,0 | |
3 – Souza Mendes – Rio-DF | 0,5 | 1 | 0,5 | 1 | 0 | 1 | 1 | 1 | 1 | 1 | 0 | 0,5 | 1 | 9,5 | |
4 – Flávio de Carvalho – SP | 0 | 0,5 | 0,5 | 0 | 0,5 | 1 | 1 | 0,5 | 1 | 1 | 1 | 1 | 1 | 9,0 | |
5 – Salomão Saidenberg – RS | 0 | 0 | 0 | 1 | 1 | 1 | 0 | 1 | 1 | 0 | 1 | 1 | 1 | 8,0 | |
6 – Carlos Peixoto – RS | 0 | 0 | 1 | 0,5 | 0 | 0,5 | 1 | 0,5 | 0 | 0,5 | 1 | 1 | 1 | 7,0 | |
7 – Sabino Ribeiro – Rio-DF | 0 | 1 | 0 | 0 | 0 | 0,5 | 0,5 | 0,5 | 1 | 1 | 0,5 | 1 | 1 | 7,0 | |
8 -Washington Oliveira – RJ | 1 | 0 | 0 | 0 | 1 | 0 | 0,5 | 0,5 | 0,5 | 0 | 1 | 0,5 | 0,5 | 5,5 | |
9 – Almeida Soares – RJ | 0,5 | 0 | 0 | 0,5 | 0 | 0,5 | 0,5 | 0,5 | 0 | 1 | 0,5 | 0 | 1 | 5,0 | |
10 – Heitor Ribas – RJ | 0 | 0 | 0 | 0 | 0 | 1 | 0 | 0,5 | 1 | 1 | 0,5 | 1 | 0 | 5,0 | |
11 – José Adail Gondim – CE | 0 | 0 | 0 | 0 | 1 | 0,5 | 0 | 1 | 0 | 0 | 1 | 1 | 0 | 4,5 | |
12 – Gastão da Cunha Rio-DF | 0 | 0 | 1 | 0 | 0 | 0 | 0,5 | 0 | 0,5 | 0.5 | 0 | 1 | 1 | 4,5 | |
13 – Olímpio Hartz – RS | 0 | 0 | 0,5 | 0 | 0 | 0 | 0 | 0,5 | 1 | 0 | 0 | 0 | 1 | 3,0 | |
14 – David Ballesteros Rio-DF | 0 | 0 | 0 | 0 | 0 | 0 | 0 | 0,5 | 0 | 1 | 1 | 0 | 0 | 2,5 |
Conforme explicamos anteriormente, o Campeonato Brasileiro de 1944 (décima terceira edição, sem contar o campeonato de 1941) foi realizado em 1945. O décimo quarto deveria ser também em 1945, mas acabou sendo disputado no ano de 1947 em Porto Alegre em um concorrido sistema schuring de 14 participantes. Assim, em 1945 e 1946 não houve edições do Brasileiro.
Uma das causas da décima quarta edição do Brasileiro (sempre é bom lembrar que o campeonato de 1941, vencido por Silva Rocha, não existia na época, pois foi outorgado a Silva Rocha em 1953 pela CBX), não ter acontecido em 1946 foi a grande movimentação enxadrística com o GM Miguel Najdorf, promovida naquele ano pelo presidente da CBX Rui de Castro, com a colaboração dos presidentes das Federações Metropolitana (Rio) e Paulista, respectivamente, Lauro Demoro e Américo Porto Alegre. Najdorf, polonês de nascimento e radicado na Argentina, fora convidado a participar do famoso Torneio Gronigen (Holanda) de 1946, a primeira competição magistral após o fim da Segunda Guerra Mundial, que reuniu os maiores enxadristas da época (Najdorf ficou em quarto lugar, junto com o húngaro Szabo e atrás de Botvinnik (campeão), Max Euwe e Smyslov). Na ida e volta da Europa, Najdorf passou pelo Brasil e participou de diversos eventos, inclusive torneios internacionais, que contaram também com o GM Erich Eliskases (radicado no Rio) e o MI Ludwig Engels (residente em São Paulo). Assim, em 1946, não houve tempo para o Brasileiro.
O Campeonato Brasileiro de 1947 foi muito bem organizado pela diretoria da Federação Sul-Rio-Grandense de Xadrez (atual Federação Gaúcha de Xadrez), presidida por Waldemar Cavalcanti. As partidas foram nas sedes do Renner Xadrez Clube e Metrópole Xadrez Clube, no período de 18 a 30 de junho de 1947. A direção-geral foi do veterano Luís Vianna, que naquele ano já estava radicado em Porto Alegre, após longa vida enxadrística no Rio e passagem pelo Paraná. O vencedor Márcio Elísio de Freitas só perdeu para o campeão do Estado do Rio de Janeiro Washington de Oliveira. Um fato interessante de dois militares históricos do xadrez do País: o General Edmundo Gastão da Cunha (futuro presidente da CBX) ainda era tenente-coronel; e o Brigadeiro Sabino Ribeiro Júnior, major.
O campeão brasileiro de 1947, Márcio Elísio de Freitas, nasceu em Belo Horizonte (MG) no dia 26 de novembro de 1925 e faleceu na cidade de São Paulo em 4 de janeiro de 1988. Sua vida enxadrística começou em Campo Grande (MS), mas floresceu e amadureceu em São Paulo, onde foi campeão estadual em 1945 e 1950. Ocupou também o cargo de presidente do Clube de Xadrez São Paulo e da Federação Paulista. Em 1956, assumiu o lugar de Flávio Carvalho Júnior na direção da excelente revista “Xadrez”. Em 1966, na sede do Clube Militar (Rio), foi eleito para presidência da Confederação Brasileira de Xadrez, em substituição ao General Edmundo Gastão da Cunha.
O vice-campeão brasileiro de 1947, Arrigo Prosdocimi, nasceu no Rio Grande do Sul. Faleceu em Porto Alegre (RS) em 12/7/1960, vítima de derrame cerebral. Foi campeão paulista em 1956. Campeão gaúcho em 1958.
PARTIDAS DO BRASILEIRO 1947
Olímpio Hartz 0 x 1 Márcio Elísio de Freitas
Márcio Elísio de Freitas 1 x 0 Heitor Ribas
Sabino Ribeiro 0 x 1 Márcio Elísio de Freitas
Márcio Elísio de Freitas 1 x 0 Salomão Saidenberg
Campeonato Brasileiro 1948
Campeão: Walter Oswaldo Cruz (Rio-DF)
Vice-campeão: Oswaldo Cruz Filho (Rio-DF)
Local: Rio de Janeiro (Rio-DF)
Classificação | 1 | 2 | 3 | 4 | 5 | 6 | 7 | 8 | 9 | 10 | 11 | 12 | 13 | 14 | PG |
1 – Walter Cruz – Rio-DF | 0,5 | 1 | 0 | 1 | 1 | 1 | 1 | 1 | 0,5 | 1 | 1 | 1 | 1 | 11,0 | |
2 – Oswaldo Cruz Filho – Rio-DF | 0,5 | 0,5 | 0,5 | 1 | 05 | 1 | 0,5 | 0,5 | 1 | 0,5 | 1 | 1 | 1 | 9,5 | |
3 – Flávio de Carvalho – SP | 0 | 0,5 | 0,5 | 0,5 | 1 | 1 | 1 | 0,5 | 0,5 | 1 | 1 | 0,5 | 1 | 9,0 | |
4 – João Souza Mendes – Rio-DF | 1 | 0,5 | 0,5 | 0 | 0 | 1 | 1 | 1 | 0 | 0 | 05 | 1 | 1 | 7,5 | |
5 – J. T. Mangini – Rio-DF | 0 | 0 | 0,5 | 1 | 1 | 0,5 | 0 | 0 | 1 | 1 | 1 | 1 | 0,5 | 7,5 | |
6 – Ari Camargo – Rio-DF | 0 | 0,5 | 0 | 1 | 0 | 1 | 1 | 0 | 0,5 | 1 | 1 | 0,5 | 0 | 6,5 | |
7 – José Adail Gondim – CE | 0 | 0 | 0 | 0 | 0,5 | 0 | 1 | 1 | 1 | 0 | 1 | 1 | 1 | 6,5 | |
8 – Jayme Moses – MG | 0 | 0,5 | 0 | 0 | 1 | 0 | 0 | 0,5 | 1 | 1 | 1 | 1 | 0 | 6,0 | |
9 – Sabino Ribeiro – Rio-DF | 0 | 0,5 | 0,5 | 0 | 1 | 1 | 0 | 0,5 | 0,5 | 0 | 0 | 0,5 | 1 | 5,5 | |
10 – Lourenço Cordioli – SP | 0,5 | 0 | 0,5 | 1 | 0 | 0,5 | 0 | 0 | 0,5 | 0,5 | 0,5 | 0,5 | 1 | 5,5 | |
11 – Washington de Oliveira – RJ | 0 | 0,5 | 0 | 1 | 0 | 0 | 1 | 0 | 1 | 0,5 | 0 | 0,5 | 1 | 5,5 | |
12 – Henrique Laynes – PR | 0 | 0 | 0 | 0,5 | 0 | 0 | 0 | 0 | 1 | 0,5 | 1 | 0 | 1 | 4,0 | |
13-Fernando Vasconcelos-Rio-DF | 0 | 0 | 0,5 | 0 | 0 | 0,5 | 0 | 0 | 0,5 | 0,5 | 0,5 | 1 | 0 | 3,5 | |
14 – Almeida Soares – RJ | 0 | 0 | 0 | 0 | 0,5 | 1 | 0 | 1 | 0 | 0 | 0 | 0 | 1 | 3,5 |
O Campeonato Brasileiro voltou em 1948 a ser realizado no Rio de Janeiro. As partidas foram jogadas na sede do Olímpico Clube, no período de 1º a 17 de dezembro de 1948. O fato interessante foi que dois enxadristas veteranos e irmãos (filhos do famoso cientista Oswaldo Cruz) ocuparam as duas primeiras colocações: Walter Cruz, campeão com 38 anos de idade; e Oswaldo Cruz Filho, vice-campeão com 45 anos de idade. Oswaldo Cruz foi o único invicto da competição, apresentando o melhor desempenho da sua carreira enxadrística. Walter Cruz reapareceu com seu jogo sólido e criativo, sempre com a preocupação na vitória. Perdeu apenas para seu tradicional adversário João de Souza Mendes.
O campeonato foi iniciado com o total de 16 participantes, mas ficou reduzido para 14 jogadores. Heitor Moutinho Ribas e Joaquim Caetano Neto foram obrigados a abandonar a competição, após a terceira rodada e seus pontos não foram computados. Heitor Ribas por motivo do falecimento da sua mãe, depois de perder para Caetano Neto, empatar com Jaime Moses e vencer Mangini. Caetano Neto, por ter sido nomeado para a secretaria das Nações Unidas, depois de vencer Ribas e perder para Fernando Vasconcelos e Walter Cruz.
A competição foi muito bem organizada pelos dirigentes do Olímpico Clube. A direção geral foi do novo presidente da Confederação Brasileira de Xadrez, o então Tenente-Coronel Edmundo Gastão da Cunha; que foi auxiliado pelo presidente da Federação Metropolitana de Xadrez (Rio-DF), Lauro Demoro. Os desempates nas colocações foram pelo sonneborn-berger.
O vice-campeão de 1949, Oswaldo Cruz Filho, nasceu no Rio de Janeiro (RJ) em 27/7/1903 e faleceu em 6/3/1977.
PARTIDAS DO BRASILEIRO 1948
Flávio de Carvalho 0 x 1 Walter Cruz
.
Souza Mendes 1 x 0 Walter Cruz
Oswaldo Cruz Filho 1 x 0 Henrique Laynes
J. T. Mangini 1 x 0 Lourenço Cordioli
Campeonato Brasileiro 1949
Campeão: Walter Oswaldo Cruz (Rio-DF)
Vice-campeão: Márcio Elísio de Freitas (SP)
Local: Rio de Janeiro (Rio-DF)
Classificação | 1 | 2 | 3 | 4 | 5 | 6 | 7 | 8 | 9 | 10 | 11 | 12 | 13 | 14 | 15 | 16 | 17 | 18 | 19 | 20 | 21 | 22 | PG |
1 -Walter Cruz | 1 | 1 | 1 | 0 | 1 | 1 | 1 | 0,5 | 0,5 | 0 | 1 | 1 | 1 | 0,5 | 1 | 1 | 1 | 0,5 | 1 | 1 | 1 | 17,0 | |
2 – Márcio Elísio Freitas | 0 | 0,5 | 0,5 | 0,5 | 0,5 | 0 | 0,5 | 1 | 0,5 | 1 | 1 | 1 | 1 | 1 | 0,5 | 1 | 1 | 1 | 1 | 1 | 1 | 15,5 | |
3 -Ronald Câmara | 0 | 0,5 | 0,5 | 0 | 0,5 | 1 | 0,5 | 1 | 1 | 0 | 0,5 | 0 | 1 | 1 | 0,5 | 1 | 1 | 1 | 1 | 1 | 1 | 14,0 | |
4 -Eugênio German | 0 | 0,5 | 0,5 | 0,5 | 0,5 | 0,5 | 0,5 | 0 | 0,5 | 1 | 0,5 | 1 | 1 | 1 | 1 | 1 | 1 | 0 | 1 | 1 | 1 | 14,0 | |
5 – Luiz Tavares | 1 | 0,5 | 1 | 0,5 | 0 | 0,5 | 0,5 | 1 | 0 | 0 | 0,5 | 0 | 1 | 1 | 1 | 1 | 1 | 0,5 | 1 | 0,5 | 1 | 13,5 | |
6 – Flávio Carvalho | 0 | 0,5 | 0,5 | 0,5 | 1 | 0 | 0 | 0,5 | 0 | 1 | 1 | 1 | 1 | 1 | 0 | 1 | 1 | 1 | 0,5 | 1 | 1 | 13,5 | |
7 – João Souza Mendes | 0 | 1 | 0 | 0,5 | 0,5 | 1 | 0,5 | 0 | 1 | 1 | 0,5 | 1 | 0,5 | 0 | 1 | 0 | 1 | 1 | 1 | 1 | 1 | 13,5 | |
8 -Luiz Gentil | 0 | 0,5 | 0,5 | 0,5 | 0,5 | 1 | 0,5 | 1 | 0 | 0,5 | 0,5 | 0,5 | 1 | 1 | 0,5 | 1 | 0,5 | 0,5 | 1 | 1 | 1 | 13,5 | |
9 -Lourenço Cordioli | 0,5 | 0 | 0 | 1 | 0 | 0,5 | 1 | 0 | 0 | 1 | 0,5 | 0,5 | 1 | 0 | 1 | 1 | 1 | 1 | 1 | 1 | 0,5 | 12,5 | |
10 – J. T. Mangini | 0,5 | 0,5 | 0 | 0,5 | 1 | 1 | 0 | 1 | 1 | 0 | 0,5 | 1 | 0 | 1 | 1 | 0,5 | 0,5 | 0 | 0 | 1 | 1 | 12,0 | |
11 -Teotônio Vasconcelos | 1 | 0 | 1 | 0 | 1 | 0 | 0 | 0,5 | 0 | 1 | 0 | 0,5 | 0 | 0 | 0 | 1 | 0,5 | 0,5 | 1 | 1 | 1 | 10,0 | |
12 – Oswaldo Cruz Filho | 0 | 0 | 0,5 | 0,5 | 0,5 | 0 | 0,5 | 0,5 | 0,5 | 0,5 | 1 | 0,5 | 0,5 | 0 | 0 | 1 | 0,5 | 1 | 1 | 1 | 0 | 10,0 | |
13 – Washington Oliveira | 0 | 0 | 1 | 0 | 1 | 0 | 0 | 0,5 | 0,5 | 0 | 0,5 | 0,5 | 0,5 | 0,5 | 0,5 | 1 | 0,5 | 1 | 0 | 0,5 | 1 | 9,5 | |
14 – Nélson Dantas | 0 | 0 | 0 | 0 | 0 | 0 | 0,5 | 0 | 0 | 1 | 1 | 0,5 | 0,5 | 1 | 1 | 1 | 0 | 0,5 | 1 | 0,5 | 1 | 9,5 | |
15 – Jayme Moses | 0,5 | 0 | 0 | 0 | 0 | 0 | 1 | 0 | 1 | 0 | 1 | 1 | 0,5 | 0 | 0,5 | 0 | 0 | 1 | 1 | 1 | 1 | 9,5 | |
16 – Manuel Madeira Ley | 0 | 0,5 | 0,5 | 0 | 0 | 1 | 0 | 0,5 | 0 | 0 | 1 | 1 | 0,5 | 0 | 0,5 | 0 | 0,5 | 1 | 1 | 0,5 | 0 | 8,5 | |
17 -José Adail Gondim | 0 | 0 | 0 | 0 | 0 | 0 | 1 | 0 | 0 | 0,5 | 0 | 0 | 0 | 0 | 1 | 1 | 1 | 1 | 1 | 1 | 1 | 8,5 | |
18 – Fernando Vasconcelos | 0 | 0 | 0 | 0 | 0 | 0 | 0 | 0,5 | 0 | 0,5 | 0,5 | 0,5 | 0,5 | 1 | 1 | 0,5 | 0 | 1 | 0,5 | 0,5 | 0,5 | 7,5 | |
19 – José Jardim Pozzo | 0,5 | 0 | 0 | 1 | 0,5 | 0 | 0 | 0,5 | 0 | 1 | 0,5 | 0 | 0 | 0,5 | 0 | 0 | 0 | 0 | 0 | 1 | 1 | 6,5 | |
20 – Sabino Ribeiro | 0 | 0 | 0 | 0 | 0 | 0,5 | 0 | 0 | 0 | 1 | 0 | 0 | 1 | 0 | 0 | 0 | 0 | 0,5 | 1 | 1 | 1 | 6,0 | |
21 – Almeida Soares | 0 | 0 | 0 | 0 | 0,5 | 0 | 0 | 0 | 0 | 0 | 0 | 0 | 0,5 | 0,5 | 0 | 0,5 | 0 | 0,5 | 0 | 0 | 1 | 3,5 | |
22 – Heitor Ribas | 0 | 0 | 0 | 0 | 0 | 0 | 0 | 0 | 0,5 | 0 | 0 | 1 | 0 | 0 | 0 | 1 | 0 | 0,5 | 0 | 0 | 0 | 3,0 |
Com quinze vitórias, quatro empates e duas derrotas e boa vantagem de pontos sobre os colocados seguintes, Walter Oswaldo Cruz venceu o Campeonato Brasileiro de 1949, realizado no Clube de Xadrez do Rio de Janeiro, em agosto e setembro de 1949. Com esse título, ele se tornou bicampeão da competição, pois fora vencedor em 1948.
O Campeonato Brasileiro de 1949 foi bastante criticado na época por causa do grande número de participantes (22 jogadores pelo sistema schuring). Porém, esse campeonato ficou na história pela quantidade de enxadristas de alto nível técnico e formadores teóricos do nosso xadrez. Três jogadores já tinham conquistado o título de campeão brasileiro: João de Souza Mendes, Walter Oswaldo Cruz e Márcio Elísio de Freitas. Além deles, os dois árbitros da competição (Orlando Roças e Acioly Borges) também eram ex-campeões brasileiros. Outros cinco participantes iriam mais tarde obter o título: José Thiago Mangini, Eugênio German, Flávio Carvalho Júnior, Luiz Tavares da Silva e Ronald Câmara. Oswaldo Cruz Filho era vice-campeão do ano anterior. Luiz Campelo Gentil e Nélson Dantas seriam vice-campeões brasileiros anos depois. Os demais participantes também possuíam boa bagagem enxadrística.
Márcio Elísio de Freitas ratificou o título de 1947. A conquista do vice-campeonato, no meio de tantos talentos, foi excelente. Ronald Câmara (então com 22 anos de idade) e Eugênio German (18 anos de idade), empatados na terceira colocação, foram as revelações do torneio.
PARTIDAS DO BRASILEIRO 1949
Walter Cruz 1 x 0 Ameida Soares
Oswaldo Cruz Filho 0 x 1 Walter Cruz
Walter Cruz 1 x 0 Ronald Câmara
Luiz Tavares 1 x 0 Walter Cruz
Campeonato Brasileiro 1950
Campeão: José Thiago Mangini (Rio-DF)
Vice-campeão: Eduardo Asfora (PE)
Local: Rio de Janeiro (Rio-DF)
Classificação | 1 | 2 | 3 | 4 | 5 | 6 | 7 | 8 | 9 | 10 | 11 | 12 | PG |
1 – J. T. Mangini – Rio-DF | 0,5 | 0,5 | 1 | 1 | 0,5 | 0,5 | 0,5 | 1 | 1 | 1 | 1 | 8,5 | |
2 – Eduardo Asfora – PE | 0,5 | 0 | 0 | 0 | 0,5 | 1 | 1 | 1 | 1 | 1 | 1 | 1 | 8,0 |
3 – Nélson Dantas – Rio-DF | 0,5 | 1 | 1 | 0,5 | 0,5 | 0 | 0,5 | 1 | 0,5 | 1 | 1 | 7,5 | |
4 – Fernando Vasconcellos – Rio-DF | 0 | 1 | 0 | 1 | 0,5 | 1 | 1 | 0,5 | 0,5 | 1 | 1 | 7,5 | |
5 – João Souza Mendes – Rio-DF | 0 | 0,5 | 0,5 | 0 | 1 | 0,5 | 1 | 1 | 1 | 0,5 | 1 | 7,0 | |
6 – Eugênio German – MG | 0,5 | 0 | 0,5 | 0,5 | 0 | 1 | 1 | 1 | 0,5 | 1 | 1 | 7,0 | |
7 – Arrigo Prosdocimi – RS | 0,5 | 0 | 1 | 0 | 0,5 | 0 | 0,5 | 1 | 0,5 | 1 | 1 | 6,0 | |
8 – Manuel Madeira de Ley – Rio-DF | 0,5 | 0 | 0,5 | 0 | 0 | 0 | 0,5 | 0 | 1 | 1 | 1 | 4,5 | |
9 – Sabino Ribeiro – Rio-DF | 0 | 0 | 0 | 0,5 | 0 | 0 | 0 | 1 | 0, | 0,5 | 1 | 1 | 4,0 |
10 – Oswaldo Cruz Filho – Rio-DF | 0 | 0 | 0,5 | 0,5 | 0 | 0,5 | 0,5 | 0 | 0,5 | 0 | 0 | 1 | 3,5 |
11 – Hugo Kamisetzer – Rio-DF | 0 | 0 | 0 | 0 | 0,5 | 0 | 0 | 0 | 0 | 1 | 1 | 2,5 | |
12 – Ary Camargo Rio-DF | 0 | 0 | 0 | 0 | 0 | 0 | 0 | 0 | 0 | 0 | 0 | 0 |
Com atuação muito segura, o carioca José Thiago Mangini conquistou invicto o Campeonato Brasileiro de 1950. A partir da introdução de uma fase final pelo sistema schuring, somente Orlando Roças conseguira ser campeão invicto. Mas esse Campeonato Brasileiro de 1944 só teve sete participantes. Em grandes torneios, a façanha de J. T. Mangini foi a primeira. Lembramos que em 1947 Márcio Elísio de Freitas perdeu para Washington de Oliveira. Em 1948, Walter Cruz foi derrotado por João de Souza Mendes. Em 1949, Walter Cruz deitou o rei duas vezes: para Luiz Tavares e para Teotônio de Vasconcelos.
O Campeonato Brasileiro de 1950 foi realizado na sede do Olímpico Clube, no período de 25 de setembro a 11 de outubro de 1950, com rápida paralisação no seu transcurso por causa das eleições para presidente do Brasil. Durante o evento, as ruas da antiga capital federal estavam agitadas com as campanhas de Getúlio Vargas e Brigadeiro Eduardo Gomes. Na véspera e no dia das eleições (terça-feira, 3 de outubro), não houve rodada do Campeonato Brasileiro. Os enxadristas também foram votar. Após o pleito, o campeonato continuou. E as notícias das apurações, que apontavam a esmagadora vitória de Getúlio Vargas, chegavam à sala de jogos do Olímpico Clube, misturando-se aos comentários das análises intricadas dos tabuleiros.
A princípio, a relação para o Campeonato Brasileiro de 1950 era de 16 inscritos. Porém, Riad Salamuni (Paraná) e Lourenço Cordioli (São Paulo) não compareceram ao sorteio, sendo excluídos. O ex-campeão brasileiro Otávio Trompowsky abandonou a prova, após a terceira rodada. Trompowsky, que perdera para Nélson Dantas e empatara com Fernando Vasconcelos, tinha uma partida suspensa muito difícil com Manuel Madeira de Ley. Trompowsky não concordou com a hora marcada para o prosseguimento da suspensa e desistiu de continuar no campeonato. O mineiro Mário Bawden também deixou a competição na quinta rodada, por motivos particulares, quando estava com apenas um ponto em cinco possíveis. Assim, o torneio ficou reduzido a doze participantes.
Além dos pontos computados, Mangini ganhou o eliminado Mário Bawden. A sua vitória mais importante foi sobre Souza Mendes, na antepenúltima rodada. O vice-campeão foi o pernambucano Eduardo Asfora, a grande revelação do torneio. Na última rodada, Fernando Vasconcelos empatou com Sabino Ribeiro, mas se vencesse seria vice-campeão. Sabino e Hugo Kammsetzer representaram as Forças Armadas.
O campeão brasileiro de 1950, José Thiago Mangini, nasceu no Rio de Janeiro (RJ) em 4/1/1920 e faleceu também no Rio de Janeiro em 10/2/1984. Aprendeu a jogar xadrez na década de 1930 com o irmão Henrique Mangini, militar e forte enxadrista carioca. J.T. Mangini foi campeão universitário do Rio de Janeiro em 1941/1942/1943. Conquistou a posse definitiva da Taça Caldas Viana ao vencer a competição três vezes. Ele possui um recorde que dificilmente deverá ser superado: onze vezes campeão carioca. Foi presidente da Federação Metropolitana de Xadrez (antiga entidade do Rio) de 1964 a 1966 e da FEXERJ de 1977 a 1979. Escreveu excelente coluna de xadrez no jornal O Globo de 4/4/1955 a 6/2/1984 (quatro dias antes da sua morte). Mangini também foi campeão brasileiro em 1956.
O vice-campeão brasileiro de 1950, Eduardo Asfora, nasceu em Recife(PE) 5/8/1924. Faleceu também em Recife em 8/11/1989. Foi também vice-campeão brasileiro em 1962, quando deixou de dar xeque-mate em Olício Gadia, deixando escapulir o título de campeão nacional.
PARTIDAS DO BRASILEIRO 1950
Oswaldo Cruz Filho 0 x 1 J. T. Mangini
J.T. Mangini 1 x 0 Fernando Vasconcelos
J.T. Mangini 1 x 0 Souza Mendes
Souza Mendes 1 x 0 Oswaldo Cruz Filho
Campeonato Brasileiro 1951
Campeão: Eugênio Maciel German (MG)
Vice-campeão: Luís Campelo Gentil (CE)
Local: Fortaleza (CE)
Classificação | 1 | 2 | 3 | 4 | 5 | 6 | 7 | 8 | 9 | 10 | 11 | 12 | 13 | 14 | 15 | 16 | 17 | 18 | PG |
1 – Eugênio German -MG | 0,5 | 0 | 0,5 | 1 | 1 | 1 | 1 | 1 | 1 | 1 | 1 | 1 | 1 | 1 | 1 | 1 | 1 | 15,0 | |
2 – Luis Gentil -CE | 0,5 | 1 | 0,5 | 0 | 1 | 1 | 1 | 0,5 | 1 | 0,5 | 1 | 0,5 | 1 | 1 | 1 | 1 | 1 | 13,5 | |
3 – J. T. Mangini -Rio-DF | 1 | 0 | 0,5 | 1 | 1 | 0 | 0,5 | 1 | 1 | 0,5 | 1 | 1 | 1 | 1 | 1 | 1 | 1 | 13,5 | |
4 – Márcio Elisio -SP | 0,5 | 0,5 | 0,5 | 0,5 | 0,5 | 0,5 | 0,5 | 0,5 | 1 | 1 | 1 | 1 | 1 | 1 | 1 | 0,5 | 1 | 12,5 | |
5 – Flávio Carvalho -SP | 0 | 1 | 0 | 0,5 | 0 | 0,5 | 1 | 1 | 1 | 0,5 | 0 | 1 | 1 | 1 | 0,5 | 1 | 1 | 11,0 | |
6 – José Adail -Rio-DF | 0 | 0 | 0 | 0,5 | 1 | 0,5 | 0,5 | 1 | 0,5 | 0,5 | 0,5 | 0,5 | 1 | 0,5 | 1 | 1 | 1 | 10,0 | |
7 – Souza Mendes -Rio-DF | 0 | 0 | 1 | 0,5 | 0,5 | 0,5 | 1 | 1 | 0 | 0,5 | 1 | 1 | 0,5 | 1 | 1 | 0 | 0 | 9,5 | |
8- F. Vasconcelos -Rio-DF | 0 | 0 | 0,5 | 0,5 | 0 | 0,5 | 0 | 0,5 | 0,5 | 0,5 | 0,5 | 0,5 | 0,5 | 1 | 1 | 1 | 1 | 8,5 | |
9 – Jorge Lemos -Rio-DF | 0 | 0,5 | 0 | 0,5 | 0 | 0 | 0 | 0,5 | 0,5 | 0,5 | 0,5 | 1 | 0,5 | 0,5 | 1 | 0,5 | 0,5 | 7,0 | |
10 – Riad Salamuni – PR | 0 | 0 | 0 | 0 | 0 | 0,5 | 1 | 0,5 | 0,5 | 1 | 0,5 | 0 | 0,5 | 0,5 | 1 | 0,5 | 0,5 | 7,0 | |
11 – Laércio Maragliano – SP | 0 | 0,5 | 0,5 | 0 | 0,5 | 0,5 | 0,5 | 0,5 | 0,5 | 0 | 1 | 1 | 0,5 | 0 | 0,5 | 0 | 0 | 6,5 | |
12 – Nilde Garrido – RS | 0 | 0 | 0 | 0 | 1 | 0,5 | 0 | 0,5 | 0,5 | 0,5 | 0 | 0,5 | 1 | 0,5 | 0,5 | 0 | 1 | 6,5 | |
13 – Washington Oliveira-RJ | 0 | 0,5 | 0 | 0 | 0 | 0,5 | 0 | 0,5 | 0 | 1 | 0 | 0,5 | 0,5 | 1 | 0 | 1 | 0,5 | 6,0 | |
14 -Sabino Ribeiro – Rio-DF | 0 | 0 | 0 | 0 | 0 | 0 | 0,5 | 0,5 | 0,5 | 0,5 | 0,5 | 0 | 0,5 | 1 | 0 | 0,5 | 1 | 5,5 | |
15 – Luciano Belém – CE | 0 | 0 | 0 | 0 | 0 | 0,5 | 0 | 0 | 0,5 | 0,5 | 1 | 0,5 | 0 | 0 | 0,5 | 1 | 1 | 5,5 | |
16 – Luiz Basto Lima – PE | 0 | 0 | 0 | 0 | 0,5 | 0 | 0 | 0 | 0 | 0 | 0,5 | 0,5 | 1 | 1 | 0,5 | 0,5 | 1 | 5,5 | |
17 – Aloísio Siqueira – CE | 0 | 0 | 0 | 0,5 | 0 | 0 | 1 | 0 | 0 | 0,5 | 1 | 1 | 0 | 0,5 | 0 | 0,5 | 0 | 5,0 | |
18 – Sérgio Guimarães – BA | 0 | 0 | 0 | 0 | 0 | 0 | 1 | 0 | 1 | 0,5 | 1 | 0 | 0,5 | 0 | 0 | 0 | 1 | 5,0 |
O Campeonato Brasileiro de 1951 foi realizado no Clube dos Diários do Ceará, sob o patrocínio da Prefeitura de Fortaleza, no período de 5 a 24 de julho de 1951. O mineiro Eugênio German conquistou o título com vantagem de um ponto e meio sobre o segundo colocado, o cearense Luiz Gentil. O desempenho de German foi muito bom: obteve quatorze vitórias e dois empates. Somente perdeu uma partida para o campeão do ano anterior, o carioca José Thiago Mangini, na primeira rodada.
A organização foi excelente, com muitos eventos paralelos. Pela primeira vez no Brasil, foi posto em prática o modelo da estrutura dos torneios internacionais. Essa iniciativa contou como principal mentor o então presidente da Federação Cearense de Xadrez, Gilberto Câmara. Em 1950, ele estivera na Europa na residência de Max Euwe, para assistir ao Torneio Internacional de Amsterdã. Gilberto Câmara (1897-1953) colocou a experiência adquirida no Velho Mundo em proveito do Campeonato Brasileiro de 1951. Durante a competição houve outras atrações, como a simultânea do mestre mexicano René Pratt e o torneio no balneário do Ideal Clube, vencido por José Carlos de Almeida Soares (1917-1990), que era diretor técnico da CBX.
J.T. Mangini ficou em terceiro lugar. Ele terminou o torneio empatado com Luiz Gentil na pontuação, mas perdeu a chance de ser vice-campeão pelo sistema sonneborn-berger. O representante de São Paulo Márcio Elísio de Freitas (quarto colocado) foi o único invicto, com oito vitórias e nove empates. João de Souza Mendes fez campanha bastante irregular, perdendo pontos preciosos nas derrotas para os dois últimos colocados. Sabino Ribeiro mais uma vez representou as Forças Armadas.
O campeão brasileiro de 1951, Eugênio Maciel German, nasceu em Ubá (MG) em 24/10/1930. Faleceu em Belo Horizonte (MG) em 1/4/2001. Aprendeu a jogar xadrez aos oito anos de idade com seu irmão Henrique. Foi o primeiro brasileiro a conseguir o título de Mestre Internacional, quando somou a performance de 68% de aproveitamento no primeiro tabuleiro da equipe brasileira nas Olimpíadas Mundiais de 1952, em Helsinqui (Finlândia). Em 1962, após se classificar em terceiro no Zonal Sul-Americano, participou do Interzonal de Estocolmo. Nesse torneio, apesar de ter se colocado em décimo nono em total de 23 concorrentes, obteve sensacionais resultados individuas: empates com Geller, Korchnoi e Stein e vitória sobre o húngaro Lajos Portisch (esse Interzonal foi ganho por Bobby Fischer). Em 1959, German conquistou o Torneio Cidade de Vitória (ES), onde venceu todos os adversários, inclusive o MI Ludwig Engels. Em 1972, em Blumenau (SC), conquistou novamente o Campeonato Brasileiro.
O vice-campeão brasileiro de 1951, Luiz Campelo Gentil, nasceu em Fortaleza (CE) em 9/4/1922. Foi presidente da Confederação Brasileira de Xadrez (CBX) de 1970 a 1976. Também foi vice-campeão brasileiro em 1960, em Fortaleza (CE). Foi o terceiro colocado no Torneio Internacional Cidade de Recife (julho 1947), atrás do campeão GM Erich Eliskases (Áustria) e do vice-campeão MI Ludwig Engels (Alemanha), que residiam na época no Brasil.
PARTIDAS DO BRASILEIRO 1951
Souza Mendes 0 x 1 Eugênio German
Eugênio German 1 x 0 Washington Oliveira
Eugênio German 0 x 1 J.T. Mangini
Jorge Lemos 1 x 0 Washington Oliveira
Campeonato Brasileiro 1952
Campeão: Flávio de Carvalho Júnior (RJ)
Vice-campeões: Eugênio German (MG) e Luciano Belém (CE)
Local:São Paulo (SP)
Classificação | 1 | 2 | 3 | 4 | 5 | 6 | 7 | 8 | 9 | 10 | 11 | 12 | 13 | 14 | PG |
1 – Flávio de Carvalho – SP | 0,5 | 0,5 | 1 | 1 | 1 | 0,5 | 1 | 1 | 1 | 1 | 0,5 | 1 | 1 | 11,0 | |
2 – Eugenio German – MG | 0,5 | 0,5 | 0,5 | 0,5 | 1 | 1 | 0,5 | 1 | 1 | 1 | 1 | 0,5 | 1 | 10,0 | |
3 – Luciano Belém – CE | 0,5 | 0,5 | 0,5 | 0,5 | 0,5 | 1 | 1 | 0,5 | 1 | 1 | 1 | 1 | 1 | 10,0 | |
4 – Márcio Elisio de Freitas – SP | 0 | 0,5 | 0,5 | 1 | 1 | 0 | 0,5 | 1 | 0,5 | 0,5 | 1 | 1 | 1 | 8,5 | |
5-Fernando Vasconcelos -Rio-DF | 0 | 0,5 | 0,5 | 0 | 1 | 0,5 | 1 | 0,5 | 0 | 0,5 | 1 | 1 | 1 | 7,5 | |
6 – Omar Paiva – CE | 0 | 0 | 0,5 | 0 | 0 | 1 | 1 | 1 | 1 | 1 | 1 | 1 | 0 | 7,5 | |
7 – Arrigo Prosdocimi – RS | 0,5 | 0 | 0 | 1 | 0,5 | 0 | 0,5 | 1 | 0,5 | 0,5 | 1 | 1 | 0,5 | 7,0 | |
8 – Lourenco Cordioli – SP | 0 | 0,5 | 0 | 0,5 | 0 | 0 | 0,5 | 0 | 1 | 0 | 1 | 1 | 1 | 5,5 | |
9-Manuel Madeira de Ley -Rio-DF | 0 | 0 | 0,5 | 0 | 0,5 | 0 | 0 | 1 | 0,5 | 1 | 0 | 0,5 | 1 | 5,0 | |
10 – Ernâni Santiago – PR | 0 | 0 | 0 | 0,5 | 1 | 0 | 0,5 | 0 | 0,5 | 0,5 | 0 | 0,5 | 1 | 4,5 | |
11-José Carlos Monteiro- BA | 0 | 0 | 0 | 0,5 | 0,5 | 0 | 0,5 | 1 | 0 | 0,5 | 1 | 0 | 0 | 4,0 | |
12-Luiz Tavares da Silva – PE | 0,5 | 0 | 0 | 0 | 0 | 0 | 0 | 0 | 1 | 1 | 0 | 1 | 0,5 | 4,0 | |
13 – Edmundo Lima – PA | 0 | 0,5 | 0 | 0 | 0 | 0 | 0 | 0 | 0,5 | 0,5 | 1 | 0 | 1 | 3,5 | |
14-Luiz de Castro Souza- MG | 0 | 0 | 0 | 0 | 0 | 1 | 0,5 | 0 | 0 | 0 | 1 | 0,5 | 0 | 3.0 |
O Campeonato Brasileiro de 1952 foi realizado no quarto andar número 250 da Rua Vinte e Quatro de Maio, antiga sede do Clube de Xadrez São Paulo. O então presidente da agremiação era Vicente Túlio Romano, tradicional e histórico enxadrista paulista. Em 1943, na sede anterior, o CXSP também organizara com a Federação Paulista o match final entre João Souza Mendes e Raul Herman Charlier. Mas, a partir da introdução do sistema schuring na fase final do campeonato, a edição de 1952 foi a primeira que a cidade de São Paulo sediou a competição.
Flávio de Carvalho foi campeão invicto, com nove vitórias e quatro empates. Desde 1944, quando foi vice-campeão do Brasil, perseguia o título nacional, com boas atuações em todos os campeonatos em que participara. O mineiro Eugênio German e o cearense Luciano Humberto Belém, que dividiram a segunda colocação (não houve desempate), também terminaram invictos, com sete vitórias e seis empates. O pernambucano Luiz Tavares da Silva não repetiu as boas campanhas anteriores e ocupou um modesto décimo segundo lugar.
O campeão brasileiro de 1952, Flávio de Carvalho Júnior, nasceu em São Paulo (SP) em 4/11/1916 e faleceu também em São Paulo em 4/6/1990. Aprendeu xadrez aos 14 anos de idade. Nessa época, era proibido de jogar pelo seu pai, pois faltava muito às aulas no Colégio Paulistano para ir ao Clube de Xadrez São Paulo. A partir de então, dedicou parte da sua vida ao clube. Em 1955, lançou a revista “Xadrez”, que editou e dirigiu com seu amigo Márcio Elísio de Freitas.
O vice-campeão brasileiro de 1952, Luciano Humberto de Mendonça Belém (foi vice junto com o mineiro Eugênio German), nasceu em Milagres (CE) em 28/11/1929. Radicou-se no final da década de 1950 no Rio de Janeiro. Faleceu de câncer em 4/7/2001 no Rio de Janeiro.
PARTIDAS DO BRASILEIRO 1952
Flávio de Carvalho 1 x 0 Edmundo Lima
Flávio de Carvalho 1 x 0 Luiz Castro Souza
Fernando Vasconcelos 0 x 1 Flávio de Carvalho
Luciano Belém 1 x 0 Lourenço Cordioli
Campeonato Brasileiro 1953
Campeão: Walter Oswaldo Cruz (Rio-DF)
Vice-campeão: João de Souza Mendes Júnior (Rio-DF)
Local: Rio de Janeiro (Rio-DF)
Classificação | 1 | 2 | 3 | 4 | 5 | 6 | 7 | 8 | 9 | 10 | 11 | 12 | 13 | 14 | PG |
1 – Walter Oswaldo Cruz – Rio-DF | 1 | 0,5 | 0,5 | 1 | 0,5 | 1 | 1 | 1 | 0,5 | 1 | 1 | 1 | 1 | 11,0 | |
2 – Joao Souza Mendes – Rio-DF | 0 | 0 | 1 | 1 | 1 | 0,5 | 1 | 1 | 1 | 0,5 | 0,5 | 1 | 1 | 9,5 | |
3 – J. T. Mangini – Rio-DF | 0,5 | 1 | 1 | 0 | 0,5 | 0 | 1 | 0,5 | 0,5 | 1 | 1 | 1 | 1 | 9,0 | |
4 – Nélson Dantas – Rio-DF | 0,5 | 0 | 0 | 0,5 | 1 | 1 | 0,5 | 0,5 | 1 | 1 | 1 | 1 | 0 | 8,0 | |
5 – Flávio de Carvalho – SP | 0 | 0 | 1 | 0,5 | 1 | 0,5 | 0,5 | 0,5 | 0,5 | 0,5 | 1 | 1 | 1 | 8,0 | |
6 – Fernando Vasconcellos-Rio-DF | 0,5 | 0 | 0,5 | 0 | 0 | 1 | 1 | 1 | 1 | 0,5 | 1 | 1 | 0,5 | 1 | 8,0 |
7 – Luiz Campelo Gentil – CE | 0 | 0,5 | 1 | 0 | 0,5 | 0 | 0 | 1 | 1 | 1 | 1 | 1 | 0 | 7,0 | |
8 – Darcy Fragoso – SP | 0 | 0 | 0 | 0,5 | 0,5 | 0 | 1 | 0,5 | 0 | 1 | 1 | 1 | 1 | 6,5 | |
9 – Fernando Kruel – RS | 0 | 0 | 0,5 | 0,5 | 0,5 | 0 | 0 | 0,5 | 1 | 0 | 1 | 1 | 1 | 6,0 | |
10 – Luciano Belém – CE | 0,5 | 0 | 0,5 | 0 | 0,5 | 0,5 | 0 | 1 | 0 | 0,5 | 0 | 0,5 | 1 | 5,0 | |
11 – Omar Paiva – CE | 0 | 0,5 | 0 | 0 | 0,5 | 0 | 0 | 0 | 1 | 0,5 | 0 | 1 | 1 | 4,5 | |
12 – Arrigo Prosdocimi – RS | 0 | 0,5 | 0 | 0 | 0 | 0 | 0 | 0 | 0 | 1 | 1 | 0 | 1 | 3,5 | |
13 – Mauricio Berenzon – SP | 0 | 0 | 0 | 0 | 0 | 0,5 | 0 | 0 | 0 | 0,5 | 0 | 1 | 1 | 3,0 | |
14 – Haroldo Vannier – Rio-DF | 0 | 0 | 0 | 1 | 0 | 0 | 1 | 0 | 0 | 0 | 0 | 0 | 0 | 2,0 |
O Campeonato Brasileiro de 1953 foi realizado na sede do Olímpico Clube (Rio de Janeiro), nos meses de setembro e outubro de 1953. O diretor geral da competição foi Francisco de Assis Rosa e Silva Neto, na época presidente da Federação Metropolitana de Xadrez (antiga entidade do Rio de Janeiro, o então Distrito Federal). O campeão invicto foi Walter Oswaldo Cruz, com onze pontos (nove vitórias e quatro empates), seguido pelo seu tradicional rival João de Souza Mendes Júnior.
O presidente da Confederação Brasileira de Xadrez (CBX), Coronel Edmundo Gastão da Cunha, resolveu inovar e dividir o Brasil em três regiões para selecionar enxadrista para o turno final: Zonal Sul (realizado em Porto Alegre), Zonal Centro (no Rio de Janeiro) e Zonal Norte (em Fortaleza). Essa primeira experiência com zonais seletivos não aprovou completamente. Apenas o Zonal Sul, com doze participantes, realmente funcionou. Os vitoriosos nesse Zonal foram: Darci Fragoso, Fernando Kruel e Maurício Berenzon. No Zonal Norte, somente o Estado do Ceará apresentou concorrentes, classificando Luiz Gentil, Ronald Câmara e Nilton Bastos. Os dois últimos desistiram de participar e foram substituídos por Luciano Belém e Omar Paiva, que também tinham vagas pelo ranking nacional. No Zonal Centro, classificaram os três enxadristas inscritos: J. T. Mangini, Nélson Dantas e Haroldo Vanier, todos da federação do Rio. Walter Cruz, Souza Mendes e Flávio de Carvalho Júnior participaram por já terem conquistado o título de campeão brasileiro. Fernando Vasconcelos e Arrigo Prosdocimi preencheram as vagas surgidas no ranking nacional.
Walter Cruz conquistou o título de 1953 por antecipação ao vencer Luiz Gentil, na penúltima rodada. Na última, já campeão ganhou Darcy Fragoso e terminou a competição invicto. Antes do jogo com Fragoso, ao entrar no salão do Olímpico Clube, foi recebido com uma salva de palmas pelos participantes e assistentes. Uma justa homenagem ao grande ídolo do passado na sua despedida da prova máxima nacional, pois ele não voltaria a disputar o Campeonato Brasileiro, no qual foi campeão seis vezes.
PARTIDAS DO BRASILEIRO 1953
Walter Cruz 1 x 0 Fernando Kruel
Walter Cruz 1 x 0 Souza Mendes
Walter Cruz 0,5 x 0,5 Fernando Vasconcelos
Souza Mendes 0 x 1 J.T. Mangini
Campeonato Brasileiro 1954
Campeão: João de Souza Mendes (Rio-DF)
Vice-campeão: Nélson Dantas (Rio-DF)
Local: São Paulo (SP)
Classificação | 1a. | 2a. | 3a. | 4a. | 5a. | 6a. | 7a. | 8a. | 9a. | PG |
1 – Joao de Souza Mendes – Rio-DF | +12 | +16 | +7 | =2 | +11 | +3 | +8 | +4 | +5 | 8,5 |
2 – Nelson Dantas – Rio-DF | +8 | =6 | +5 | =1 | =3 | +11 | -4 | +7 | +9 | 6,5 |
3 – Jose Adail Gondim – Rio-DF | -7 | +4 | +9 | +14 | =2 | -1 | +11 | +6 | +10 | 6,5 |
4 – Hilwan Cantanhede – RJ | -5 | -3 | +12 | +16 | +9 | +13 | +2 | -1 | +8 | 6,0 |
5 – Arrigo Prosdocimi – SP | +4 | =7 | -2 | -13 | +16 | +14 | =6 | +11 | -1 | 5,0 |
6 – Darcy Fragoso – SP | =13 | =2 | -11 | +7 | =8 | +15 | =5 | -3 | +14 | 5,0 |
7 – Fernando Kruel – RS | +3 | =5 | -1 | -6 | +10 | -8 | +12 | -2 | +15 | 4,5 |
8 – Rui Martins Lisboa – SP | -2 | +13 | +15 | -11 | =6 | +7 | -1 | =9 | -4 | 4,0 |
9 – Márcio Elisio de Freitas – SP | -16 | +12 | -3 | +15 | -4 | =10 | +13 | =8 | -2 | 4,0 |
10 – J. T. Mangini – Rio-DF | =15 | -11 | -13 | +12 | -7 | =9 | +14 | +16 | -3 | 4,0 |
11 – Henrique Bastos – SP | =14 | +10 | +6 | +8 | -1 | -2 | -3 | -5 | -16 | 3,5 |
12 – Hélder Camara – CE | -1 | -9 | -4 | -10 | +15 | +16 | -7 | +14 | +13 | 3,5 |
13 – Waldemar Santa Cruz – PE | =6 | -8 | +10 | +5 | =14 | -4 | -9 | -15 | -12 | 3,0 |
14 – Bo Gustavson Detthow – SP | =11 | =15 | +16 | -3 | =13 | -5 | -10 | =12 | -6 | 3,0 |
15 – João Ribeiro Neto – SC | =10 | =14 | -8 | -9 | -12 | -6 | +16 | +13 | -7 | 3,0 |
16 – Henrique Laynes – PR | +9 | -1 | -14 | -4 | -5 | -12 | -15 | -10 | +11 | 2,0 |
O Campeonato Brasileiro de 1954 foi promovido pela Federação Paulista de Xadrez e realizado na sede do Clube de Xadrez São Paulo, no período de 27 de novembro a 6 de dezembro de 1954. A exceção foi a sétima rodada, dia 4 de dezembro (sábado), disputado na cidade de Campinas. A competição fez parte da programação comemorativa do quarto centenário de fundação da cidade de São Paulo. A FPX e o CXSP, naquele ano festivo, promoveram o chamado Festival Nacional de Xadrez. O acontecimento, além do Campeonato Brasileiro, contou com concorrido torneio aberto e um evento internacional de composições de problemas de xadrez.
O Campeonato Brasileiro de 1954 foi o primeiro a ser efetuado pelo sistema suíço, na época praticamente desconhecido dos brasileiros, apesar de ter sido introduzido na Europa há mais de 50 anos (1895) pelo suíço Julius Muller. O alemão radicado em São Paulo Klaus Ulrich Heilbrunn, árbitro do campeonato, foi o introdutor do sistema no Brasil. O Brasileiro 1954 foi em nove rodadas, com 16 participantes. O número tinha que ser obrigatoriamente par, pois, naquela época, as normas do sistema suíço ainda eram rudimentares e não admitia o bye. Por isso, quando o paulista Henrique de Moraes Bastos abandonou a competição, após a quinta rodada, continuou a ser emparceirado nas quatro rodadas restantes.
Henrique de Moraes Bastos afastou-se do campeonato por motivo de doença, após perder para Souza Mendes na quinta rodada (Mendes venceu de pretas, com a Defesa Francesa em 65 lances). Os dois eram os líderes ao encerrar a quarta, com 3,5 pontos. Henrique Bastos continuou a ser emparceirado. Os adversários que o ganharam por wo (walk-over) foram: Nélson Dantas, José Adail Gondim, Prosdocimi e Laines.
A campanha de Souza Mendes (foto) aos 62 anos de idade foi excelente, talvez a melhor atuação dele em campeonatos brasileiros. Totalizou 95% de aproveitamento, com 8,5 pontos em 9 possíveis. Seu único empate foi na quarta rodada com o vice-campeão Nélson Dantas. Souza Mendes conquistou o título por antecipação ao vencer na penúltima rodada Hilwan Cantanhede, representante do antigo Estado do Rio. Na última rodada, também ganhou de Arrigo Prosdocimi e terminou a competição invicto. Os três primeiros colocados foram da então capital federal, o Rio de Janeiro. O quarto do antigo Estado do Rio de Janeiro, atualmente interior do novo Estado.
O vice-campeão brasileiro de 1954, Nélson Dantas, nasceu no Rio de Janeiro (RJ) em 29/12/1908 e faleceu também no Rio de Janeiro em 26/10/1987.
PARTIDAS DO BRASILEIRO 1954
Souza Mendes 1 x 0 Hélder Câmara
Souza Mendes 1 x 0 Henrique Laynes
José Adail Gondim 0 x 1 Souza Mendes
José Adail Gondim 1 x 0 Márcio Elísio de Freitas
Campeonato Brasileiro 1956
Campeão: José Thiago Mangini (Rio-DF)
Vice-campeão: Luis Tavares da Silva (PE)
Local: Rio de Janeiro (Rio-DF)
Classificação | 1 | 2 | 3 | 4 | 5 | 6 | 7 | 8 | 9 | 10 | 11 | 12 | 13 | 14 | PG |
1 – J. T. Mangini – Rio-DF | 0,5 | 1 | 0,5 | 0,5 | 1 | 1 | 1 | 0,5 | 1 | 1 | 1 | 1 | 1 | 11,0 | |
2 – Luiz Tavares da Silva – PE | 0,5 | 1 | 1 | 0,5 | 1 | 0,5 | 1 | 0,5 | 0,5 | 0,5 | 1 | 0,5 | 1 | 9,5 | |
3 – Nélson Dantas – Rio-DF | 0 | 0 | 1 | 0,5 | 0,5 | 1 | 1 | 0,5 | 0,5 | 1 | 0,5 | 1 | 1 | 8,5 | |
4- Manoel Madeira de Ley-SP | 0,5 | 0 | 0 | 1 | 0 | 0,5 | 0,5 | 0,5 | 1 | 1 | 1 | 0,5 | 1 | 7,5 | |
5 – Eduardo Asfora – PE | 0,5 | 0,5 | 0,5 | 0 | 0,5 | 0 | 1 | 0 | 0,5 | 0,5 | 1 | 1 | 1 | 7,0 | |
6 – Haroldo Vannier – Rio-DF | 0 | 0 | 0,5 | 1 | 0,5 | 1 | 0 | 1 | 0,5 | 0,5 | 0 | 1 | 0,5 | 6,5 | |
7 – Carlos Peixoto RS | 0 | 0,5 | 0 | 0,5 | 1 | 0 | 0,5 | 1 | 0 | 0,5 | 0,5 | 1 | 1 | 6,5 | |
8 – Edgar Nadra Ary – CE | 0 | 0 | 0 | 0,5 | 0 | 1 | 0,5 | 1 | 0,5 | 0 | 1 | 0,5 | 1 | 6,0 | |
9 – Mauro Athayde – PR | 0,5 | 0,5 | 0,5 | 0,5 | 1 | 0 | 0 | 0 | 0,5 | 0,5 | 0,5 | 1 | 0 | 5,5 | |
10 – Arrigo Prosdocimi – SP | 0 | 0,5 | 0,5 | 0 | 0,5 | 0,5 | 1 | 0,5 | 0,5 | 0,5 | 0,5 | 0,5 | 0 | 5,5 | |
11 – Mauricio Berenzon – SP | 0 | 0,5 | 0 | 0 | 0,5 | 0,5 | 0,5 | 1 | 0,5 | 0,5 | 0,5 | 0 | 1 | 5,5 | |
12 – Olício Gadia – Rio-DF | 0 | 0 | 0,5 | 0 | 0 | 1 | 0,5 | 0 | 0,5 | 0,5 | 0,5 | 1 | 1 | 5,5 | |
13 – Sabino Ribeiro – Rio-DF | 0 | 0,5 | 0 | 0,5 | 0 | 0 | 0 | 0,5 | 0 | 0,5 | 1 | 0 | 1 | 4,0 | |
14 – Almeida Soares – RJ | 0 | 0 | 0 | 0 | 0 | 0,5 | 0 | 0 | 1 | 1 | 0 | 0 | 0 | 2,5 |
O Campeonato Brasileiro de 1956 foi disputado no Clube Naval (Avenida Rio Branco, 180), no período de 16 a 30 de outubro de 1956. O árbitro principal foi Agnaldo Josetti. A realização da prova máxima do País pulou de 1954 para 1956 por motivo de ordens administrativas, pois a CBX, presidida pelo então Coronel Edmundo Gastão da Cunha, não conseguira efetuá-la no ano de 1955. Com isso, aconteceu a primeira lacuna na programação do Brasileiro desde 1947. O Clube Naval (gestão do Presidente Antônio Maria de Carvalho) iniciava a série de três promoções do Campeonato Brasileiro, já que seria a sede nos anos de 1957 e 1958.
O campeonato de 1956 apresentou desde o início a excelente forma do pernambucano Luiz Tavares da Silva. Na quarta rodada, ele era o líder absoluto, com quatro pontos ganhos. Na quinta, J. T. Mangini assumiu a liderança e manteve até o fim. Mangini foi campeão por antecipação ao empatar com o próprio Luiz Tavares, na penúltima rodada. Na última, Mangini também empatou com Manuel Madeira de Ley e conquistou o título invicto. O vice-campeão, Luiz Tavares, igualmente terminou a competição invicto. O campeão de 1954, João de Souza Mendes, abandonou a prova após a primeira rodada por motivo de saúde. Nessa rodada, muito adoentado, perdeu para o cearense Edgard Ari, que jogou muito bem (ver a partida mais adiante). O campeão Mangini recebeu medalha de ouro da CBX e a Taça Santos Dumont, instituída pela Federação Metropolitana de Xadrez (FMX) em homenagem ao campeão brasileiro do ano comemorativo do cinquentenário do primeiro voo de Santos Dumont com o aparelho mais pesado do que o ar.
Na época da conquista do título de 1956, J. T. Mangini encontrava-se no clímax da sua carreira enxadrística. Vinha de longa série de títulos cariocas do então Distrito Federal, iniciada em 1947. Pentacampeão carioca de 1950 a 1954 e campeão de 1956. Só não foi heptacampeão da antiga capital federal, porque José Adail Catunda Gondim fora o vencedor do campeonato de 1955 (Mangini, meio ponto a menos na segunda colocação). Como acontecera no Brasileiro em 1950, Mangini também foi invicto em 1956.
PARTIDAS DO BRASILEIRO 1956
J.T. Mangini 1 x 0 Olício Gadia
Arrigo Prosdocimi 0 x 1 J.T. Mangini
Eduardo Asfora 0 x 1 Manuel Madeira de Ley
Arrigo Prosdocimi 0 x 1 Almeida Soares
Campeonato Brasileiro 1957
Campeão: Luis Tavares da Silva (PE)
Vice-campeão: Carlos Peixoto (RS)
Local: Rio de Janeiro (Rio-DF)
Classificação | 1 | 2 | 3 | 4 | 5 | 6 | 7 | 8 | 9 | 10 | 11 | 12 | PG |
1 – Luiz Tavares da Silva – PE | 1 | 1 | 0,5 | 1 | 1 | 1 | 0 | 1 | 0,5 | 0,5 | 1 | 8,5 | |
2 – Carlos Peixoto – RS | 0 | 0 | 1 | 1 | 0,5 | 1 | 0,5 | 1 | 0,5 | 1 | 1 | 7,5 | |
3 – Jose Adail Gondim – RJ | 0 | 1 | 0,5 | 0 | 1 | 0 | 1 | 1 | 1 | 0,5 | 1 | 7,0 | |
4 – J. T. Mangini – Rio-DF | 0,5 | 0 | 0,5 | 0,5 | 0,5 | 1 | 1 | 0 | 1 | 1 | 1 | 7,0 | |
5 – Joao Souza Mendes – Rio-DF | 0 | 0 | 1 | 0,5 | 0 | 1 | 1 | 1 | 0,5 | 1 | 1 | 7,0 | |
6 – Olício Gadia – Rio-DF | 0 | 0,5 | 0 | 0,5 | 1 | 0,5 | 1 | 0 | 1 | 1 | 1 | 6,5 | |
7 – Teotônio Vasconcellos- Rio-DF | 0 | 0 | 1 | 0 | 0 | 0,5 | 1 | 1 | 0 | 1 | 1 | 5,5 | |
8 – Nélson Dantas – Rio-DF | 1 | 0,5 | 0 | 0 | 0 | 0 | 0 | 0,5 | 1 | 1 | 1 | 5,0 | |
9 – Francisco Alves – CE | 0,5 | 0,5 | 0 | 0 | 0,5 | 0 | 1 | 0 | 0 | 1 | 1 | 4,5 | |
10 – Eduardo Asfora – PE | 0 | 0 | 0 | 1 | 0 | 1 | 0 | 0,5 | 1 | 0 | 1 | 4,5 | |
11 – Almeida Soares – RJ | 0,5 | 0 | 0,5 | 0 | 0 | 0 | 0 | 0 | 0 | 1 | 0,5 | 2,5 | |
12 – Rodolfo Abel Barros – PA | 0 | 0 | 0 | 0 | 0 | 0 | 0 | 0 | 0 | 0 | 0,5 | 0,5 |
Apesar do grande número de eventos enxadrísticos promovidos no ano, a Confederação Brasileira de Xadrez não deixou de realizar o Campeonato Brasileiro de 1957, vencido pelo pernambucano Luiz Tavares da Silva. As duas competições mais importantes de 1957 foram os Zonais Sul-Americanos masculino e feminino, provas seletivas para o Campeonato Mundial, realizadas no Clube Militar (Rio de Janeiro). O vencedor do zonal masculino foi o GM da Argentina Oscar Panno. No feminino, a argentina Soledad Huguet foi a vencedora. No ano de 1957, também foi disputado o primeiro Campeonato Brasileiro Feminino, com a vitória da paulista Dora de Castro Rúbio.
O Campeonato Brasileiro ficou para o final do ano. Foi realizado no período de 9 a 20 de dezembro de 1957, no Clube Naval (exceção da primeira rodada, disputada na antiga subsede do Olímpico Clube, na Rua Álvaro Alvim – Centro do Rio). O campeonato contou com a participação de doze enxadristas de cinco Estados e do Distrito Federal (Rio). A grande ausência foi de enxadristas do Estado de São Paulo. A Federação Paulista alegou que o comunicado da CBX sobre a competição chegou a São Paulo na véspera do início da mesma. O paulista Olício Gadia na época já estava radicado no Rio de Janeiro, inclusive era o campeão carioca de 1957.
Mangini, campeão do ano anterior; e Souza Mendes, que ostentava na sua carreira seis títulos brasileiros, eram os grandes favoritos. Mas foram derrotados logo na primeira rodada. Mangini para o gaúcho Carlos Peixoto e Souza Mendes para Luiz Tavares. A partir daí, a corrida para o título tornou-se sensacional. Souza Mendes reagiu e manteve a segunda colocação durante cinco rodadas, apenas meio ponto atrás de Tavares e Peixoto, que lutavam com muita garra para segurar a primeira colocação. Na sétima rodada, Souza Mendes somou cinco pontos e alcançou os dois na liderança. Na oitava, Peixoto caiu do primeiro lugar ao perder para Tavares. Souza Mendes continuou líder junto com o pernambucano ao vencer Almeida Soares. Após a nona rodada, os dois ainda eram os ponteiros, com sete pontos. Porém, Souza Mendes sucumbiu nas duas últimas rodadas (décima e décima primeira), perdendo para Peixoto e Gadia, respectivamente. Luiz Tavares venceu Gadia e empatou com Francisco Alves (última rodada) conquistando o título de campeão brasileiro de 1957.
O campeão brasileiro de 1957, Luiz Tavares da Silva, nasceu em Recife (PE) em 13/4/1916. Faleceu também em Recife em 29/6/1994. A sua fibra e energia foram fantásticas. Com elas, conseguiu conciliar a profissão de cardiologista com o xadrez, tomando parte em vários campeonatos brasileiros, torneio abertos, competições estaduais e internacionais, a partir da década de 1930. Em 1991, com 75 anos de idade, conquistou o título de campeão brasileiro de veteranos e participou do primeiro campeonato mundial da categoria em Bad Worishofen (Alemanha). Tavares ficou na sétima colocação entre 111 concorrentes (o campeão foi o GM russo Vassily Smyslov). O vínculo de Luiz Tavares com o xadrez também foi na parte administrativa. Ele foi diversas vezes presidente da Federação Pernambucana de Xadrez. Ocupou a presidência da Confederação Brasileira de Xadrez (CBX) em dois períodos: 1968 a 1970 e 1986 a 1988.
O vice-campeão brasileiro de 1957, Carlos Rodrigues Peixoto, nasceu em Pelotas (RS) em 5/5/1924. Faleceu também em Pelotas (RS) em 24/7/2014. Foi campeão gaúcho em 1953, 1956, 1957 e 1963.
PARTIDAS DO BRASILEIRO 1957
Luiz Tavares 1 x 0 José Adail Gondim
J.T. Mangini 0,5 x 0,5 Luiz Tavares
Eduardo Asfora 0 x 1 Almeida Soares
Souza Mendes 0 x 1 Luiz Tavares
“Tive que apelar para posições táticas, pois me considerava perdido. Acabei vencendo com ajuda dos bispos” – Luiz Tavares em 27/2/1992.
Campeonato Brasileiro 1958
Campeão: João de Souza Mendes Júnior (Rio – DF)
Vice-campeão: Sílvio Teixeira Mendes (Rio – DF)
Local: Rio de Janeiro (Rio-DF)
Classificação | 1a. | 2a. | 3a. | 4a. | 5a. | 6a. | 7a, | 8a. | PG |
1 – João Souza Mendes – Rio-DF | =13 | =7 | +9 | +5 | =4 | +11 | =2 | +5 | 6,0 |
2 – Sílvio Mendes – Rio-DF | +19 | +17 | +16 | =4 | +7 | =5 | =1 | -3 | 5,5 |
3 – J. T. Mangini – Rio-DF | -8 | -12 | +20 | +17 | =6 | +15 | +5 | +2 | 5,5 |
4 – Arrigo Prosdocimi – RS | +20 | +8 | +5 | =2 | =1 | =9 | -3 | =6 | 5,0 |
5 – Olício Gadia – SP | +15 | +10 | -4 | +13 | +18 | =2 | =9 | -1 | 5,0 |
6 – Nélson Dantas – Rio-DF | +9 | -16 | +13 | -1 | =3 | +18 | +8 | =4 | 5,0 |
7 – Mauro de Athayde – PR | =17 | =1 | +12 | +16 | -2 | =8 | +10 | =9 | 5,0 |
8 – Hélder Câmara – Rio-DF | +3 | -4 | =10 | =11 | +15 | =7 | -5 | +17 | 4,5 |
9 – Lindolfo Gaya – Rio-DF | -6 | +19 | -1 | +12 | +16 | =4 | =5 | =7 | 4,5 |
10 – Jorge Lemos – Rio-DF | +12 | -5 | =8 | -18 | +14 | +16 | -7 | =15 | 4,0 |
11 – Sabino Ribeiro – Rio-DF | =14 | -18 | +17 | =8 | +13 | -1 | -12 | +16 | 4,0 |
12 – Francisco Alves – CE | -10 | +3 | -7 | -9 | +20 | =17 | +11 | =14 | 4,0 |
13 – Manoel Madeira de Ley – SP | =1 | +14 | -6 | -5 | -11 | +19 | =15 | +20 | 4,0 |
14 – Tancredo Madeira de Ley Rio-DF | =11 | -13 | +19 | -15 | -10 | +20 | +18 | =12 | 4,0 |
15 – Eduardo Asfora – PE | -5 | +20 | =18 | +14 | -8 | -3 | =13 | =10 | 3,5 |
16 – José Adail Gondim – RJ | +18 | +6 | -2 | -7 | -9 | -10 | +19 | -11 | 3,0 |
17 – Carlos Peixoto – RS | =7 | -2 | -11 | -3 | +19 | =12 | +20 | -8 | 3,0 |
18 – Antônio Pacini – Rio-DF | -16 | +11 | =15 | +10 | -5 | -6 | -14 | =19 | 3,0 |
19 – Herbert Caspary – Rio-DF | -2 | -9 | -14 | =20 | -17 | -13 | -16 | =18 | 1,0 |
20 – Fábio Carvalho – RJ | -4 | -15 | -3 | =19 | -12 | -14 | -17 | -13 | 0,5 |
O Campeonato Brasileiro de 1958 foi o último que o Rio de Janeiro realizou na condição de capital da República. Em 1959, o Rio ainda era Distrito Federal, mas o campeonato foi realizado em São Paulo. Em 21 de abril de 1960, a capital federal foi transferida para Brasília. Em julho desse ano, os enxadristas do Rio foram à Fortaleza disputar o Brasileiro, mas como representantes do Estado da Guanabara.
O campeonato de 1958 foi realizado na sede do Clube Naval, no período de 1º a 9 de dezembro de 1958. Pela segunda vez na história da competição, foi usado o sistema suíço de emparceiramento, que teve oito rodadas. O árbitro principal foi Klaus Ulrich Heilbrunn, alemão radicado em São Paulo, que também tinha sido o árbitro do primeiro suíço em campeonato brasileiro no ano de 1954. A direção geral do presidente da CBX, General Edmundo Gastão da Cunha, auxiliado pelo General Liguori Teixeira, Almeida Soares, Lauro Demoro e Washington de Oliveira.
O Brasileiro de 1958 também encerrou a série de três Brasileiros consecutivos efetuados no salão do Clube Naval, na Avenida Rio Branco, número 180. O clube ocupa atualmente o mesmo prédio daquela época, sendo um dos poucos imóveis remanescentes da arquitetura original da avenida. Quase não existem nos arredores do Clube Naval as construções da era romântica dos tempos do Campeonato Brasileiro de 1958. Arranha-céus substituíram prédios tradicionais como a Galeria Cruzeiro do Hotel Avenida (hoje Edifício Shopping Avenida Central), que ficava praticamente ao lado do Clube Naval.
O campeonato contou com vinte participantes, entre os quais os irmãos Tancredo e Manuel Madeira de Ley. Tancredo Madeira de Ley era redator da excelente coluna de xadrez do jornal carioca “Correio da Manhã”. Sabino Ribeiro e Herbert Gaspari representaram as Forças Armadas. João de Souza Mendes conquistou o campeonato invicto, com quatro vitórias e quatro empates. Aos 66 anos de idade, ele conseguia o sétimo título no Brasileiro. A competição só foi decidida na última rodada. Sílvio Mendes liderou a prova da primeira à penúltima rodada. Após a quarta rodada, ele estava em primeiro juntamente com Prosdocimi, com 3,5 pontos, seguidos por Souza Mendes, Gadia e Ataíde, com 3 pontos. Na quinta, Sílvio Mendes isolou-se na ponta do campeonato, com 4,5. Continuou líder até o início da última rodada, quando precisava vencer Mangini (mas perdeu). Souza Mendes ganhou de Olício Gadia e, beneficiado com a vitória de Mangini sobre Sílvio Mendes, arrebatou o título da competição. J. T. Mangini ficou empatado na tabela de colocações com Sílvio Mendes, mas perdeu o vice no critério de desempate.
O vice-campeão brasileiro de 1958, Sílvio Teixeira Mendes, nasceu em Fortaleza (CE) em 1/8/1937. Faleceu em Itamonte (MG) em 10/10/2013. Foi campeão do antigo Estado do Rio de Janeiro (atualmente interior do novo Estado) em 1971, 1973 e 1974. Aprendeu a jogar xadrez na cidade do Rio de Janeiro, onde veio morar com a família ainda menino.
PARTIDAS DO BRASILEIRO 1958
Nélson Dantas 0 x 1 Souza Mendes
Souza Mendes 1 x 0 Lindolfo Gaya
Souza Mendes 1 x 0 Olício Gadia
Sílvio Mendes 0 x 1 J.T. Mangini
Campeonato Brasileiro 1959
Campeão: Olício Gadia (SP)
Vice-campeão: José Thiago Mangini (Rio-DF)
Local: São Paulo (SP)
Classificação | 1 | 2 | 3 | 4 | 5 | 6 | 7 | 8 | 9 | 10 | 11 | 12 | 13 | 14 | 15 | PG |
1 – Olicio Gadia – SP | 1 | 0,5 | 1 | 1 | 0 | 1 | 0,5 | 0 | 1 | 1 | 1 | 1 | 1 | 1 | 11,0 | |
2 – J. T. Mangini – Rio-DF | 0 | 1 | 0,5 | 0,5 | 0,5 | 1 | 1 | 1 | 1 | 0,5 | 1 | 1 | 1 | 1 | 11,0 | |
3 – Maurício Berenzon – SP | 0,5 | 0 | 0 | 0,5 | 1 | 1 | 1 | 1 | 1 | 1 | 1 | 1 | 1 | 1 | 11,0 | |
4 – Joao Souza Mendes – Rio-DF | 0 | 0,5 | 1 | 0 | 1 | 0,5 | 0,5 | 0,5 | 1 | 1 | 1 | 1 | 1 | 1 | 10,0 | |
5 – Jair de Freitas – SP | 0 | 0,5 | 0,5 | 1 | 0 | 0,5 | 1 | 1 | 0,5 | 0,5 | 0 | 1 | 1 | 1 | 8,5 | |
6 – Pio Fiori Azevedo – RS | 1 | 0,5 | 0 | 0 | 1 | 0 | 0 | 1 | 1 | 1 | 0,5 | 0 | 1 | 1 | 8,0 | |
7 – Francisco Alves – CE | 0 | 0 | 0 | 0,5 | 0,5 | 1 | 0,5 | 0,5 | 0 | 1 | 0,5 | 1 | 1 | 1 | 7,5 | |
8 -Tancredo Madeira de Ley – Rio-DF | 0,5 | 0 | 0 | 0,5 | 0 | 1 | 0,5 | 0,5 | 0,5 | 0,5 | 1 | 1 | 0 | 1 | 7,0 | |
9 – Rui Nogueira – PR | 1 | 0 | 0 | 0,5 | 0 | 0 | 0,5 | 0,5 | 0,5 | 0,5 | 1 | 0,5 | 0 | 1 | 6,0 | |
10 – Luis Roberto Borges-SP | 0 | 0 | 0 | 0 | 0,5 | 0 | 1 | 0,5 | 0,5 | 0 | 1 | 1 | 1 | 0 | 5,5 | |
11- Hindenburgo Coelho -Rio-DF | 0 | 0,5 | 0 | 0 | 0,5 | 0 | 0 | 0,5 | 0,5 | 1 | 0 | 0,5 | 1 | 0,5 | 5,0 | |
12 – José Adail Gondim – RJ | 0 | 0 | 0 | 0 | 1 | 0,5 | 0,5 | 0 | 0 | 0 | 1 | 0,5 | 0 | 1 | 4,5 | |
13 – Antônio Canabrava- MG | 0 | 0 | 0 | 0 | 0 | 1 | 0 | 0 | 0,5 | 0 | 0,5 | 0,5 | 1 | 1 | 4,5 | |
14 – Washington Oliveira – RJ | 0 | 0 | 0 | 0 | 0 | 0 | 0 | 1 | 1 | 0 | 0 | 1 | 0 | 1 | 4,0 | |
15 – Frederico Pimentel – ES | 0 | 0 | 0 | 0 | 0 | 0 | 0 | 0 | 0 | 1 | 0,5 | 0 | 0 | 0 | 1,5 |
O Campeonato Brasileiro de 1959 foi organizado pela Federação Paulista de Xadrez (gestão do Presidente Filastolfo de Almeida), no período de 13 a 29 de julho de 1959. A inauguração e o sorteio do emparceiramento aconteceram no auditório da Biblioteca Municipal de São Paulo. Por motivos financeiros, a competição foi realizada em diversos locais: Xadrez Claridge Clube, Clube de Xadrez São Paulo, Sociedade Paulista de Trote, União dos Ex-Alunos do Colégio Dom Bosco, Jockey Clube, todos na cidade de São Paulo; e uma rodada no Clube de Xadrez de Santos.
O campeão foi o paulista Olício Gadia, que ostentava na época o título de bicampeão (1958-1959) do interior de São Paulo, representando a cidade de Marília. Gadia empatou na primeira colocação com o carioca José Thiago Mangini e outro paulista, Maurício Berezon, todos com 11 pontos. Mas, Gadia foi beneficiado pelo melhor sonneborn-berger, primeiro critério desempate. Mangini ficou com o vice-campeonato; e Berezon, em terceiro.
Após o campeonato, J. T. Mangini fez severa campanha contra o emprego do sistema sonneborn-berger para definir o campeão, em sua coluna em O Globo. Também condenou o mineiro Canabrava por ter abandonado a competição nas últimas rodadas. Mangini venceu Canabrava no tabuleiro e sentiu-se prejudicado, pois o mineiro perdeu por não comparecimento para Gadia e Berezon.
Márcio Elísio de Freitas, na época presidente do Clube de Xadrez São Paulo, iria participar da competição. Chegou a ser sorteado e deveria jogar, na primeira rodada, com Tancredo Madeira de Ley (redator de xadrez do extinto jornal carioca Correio da Manhã). Porém, Márcio Elísio foi obrigado a desistir do campeonato por motivo de doença. O representante das Forças Armadas foi o então Major Hindemburgo Coelho Araújo. O participante Jair de Oliveira Freitas era irmão de Márcio Elísio.
O campeão brasileiro de 1959, Olício Gadia, nasceu em Marília (SP) em 8/7/1928. Faleceu no Rio de Janeiro (RJ) em 1/5/1988. No início da década de 1960, exerceu o cargo de presidente da Federação Metropolitana de Xadrez (antiga entidade oficial do xadrez da cidade do Rio de Janeiro). Conquistou o título de campeão carioca nos anos de 1957 e 1962. Também foi campeão brasileiro em 1962. Representou o Brasileiro em diversas competições internacionais, onde ganhou a amizade do ex-campeão mundial Boris Spassky.
PARTIDAS DO BRASILEIRO 1959
Olício Gadia 1 x 0 Hindemburgo Coelho
Tancredo Madeira de Ley 0,5 x 0,5 Olício Gadia
Antonio Canabrava 0 x 1 J. T. Mangini
Maurício Berezon 0 x 1 J. T. Mangini
Campeonato Brasileiro 1960
Campeão: : Ronald Câmara (CE)
Vice-campeão: Luiz Campelo Gentil (CE)
Local: Fortaleza (CE)
Classificação | 1 | 2 | 3 | 4 | 5 | 6 | 7 | 8 | 9 | 10 | 11 | 12 | 13 | 14 | 15 | PG |
1 – Ronald Câmara – CE | 0,5 | 1 | 1 | 1 | 1 | 1 | 0,5 | 0,5 | 1 | 1 | 1 | 0 | 0,5 | 1 | 11,0 | |
2 – Luiz Gentil – CE | 0,5 | 0,5 | 0,5 | 1 | 1 | 0,5 | 1 | 0,5 | 1 | 0,5 | 0,5 | 1 | 1 | 0,5 | 10,0 | |
3 – Eduardo Asfora – PE | 0 | 0,5 | 0 | 0,5 | 1 | 0,5 | 0,5 | 1 | 1 | 1 | 1 | 1 | 1 | 0,5 | 9,5 | |
4 – Sílvio Mendes – RJ | 0 | 0,5 | 1 | 0,5 | 0 | 0,5 | 0,5 | 1 | 0 | 1 | 0,5 | 1 | 0,5 | 1 | 8,0 | |
5 – Semi Ammar – SP | 0 | 0 | 0,5 | 0,5 | 0,5 | 1 | 0,5 | 1 | 1 | 0,5 | 0 | 0,5 | 0,5 | 1 | 7,5 | |
6 – Erbo Stenzel – PR | 0 | 0 | 0 | 1 | 0,5 | 1 | 1 | 1 | 0 | 0,5 | 0 | 1 | 0,5 | 1 | 7,5 | |
7 – João Souza Mendes – GB | 0 | 0,5 | 0,5 | 0,5 | 0 | 0 | 1 | 0 | 0,5 | 1 | 0,5 | 1 | 0,5 | 1 | 7,0 | |
8 – Carlos Benevides-CE | 0,5 | 0 | 0,5 | 0,5 | 0,5 | 0 | 0 | 0,5 | 1 | 0,5 | 1 | 0,5 | 0 | 1 | 6,5 | |
9 – Hélder Camara – GB | 0,5 | 0,5 | 0 | 0 | 0 | 0 | 1 | 0,5 | 0 | 0,5 | 1 | 1 | 0,5 | 1 | 6,5 | |
10 – Cláudio Ary – CE | 0 | 0 | 0 | 1 | 0 | 1 | 0,5 | 0 | 1 | 1 | 0,5 | 0 | 0,5 | 1 | 6,5 | |
11 – Francisco Alves – CE | 0 | 0,5 | 0 | 0 | 0,5 | 0,5 | 0 | 0,5 | 0,5 | 0 | 1 | 1 | 1 | 1 | 6,5 | |
12- Pio Fiori Azevedo- RS | 0 | 0,5 | 0 | 0,5 | 1 | 1 | 0,5 | 0 | 0 | 0,5 | 0 | 0 | 1 | 1 | 6,0 | |
13 – Peter Toth – GB | 1 | 0 | 0 | 0 | 0,5 | 0 | 0 | 0,5 | 0 | 1 | 0 | 1 | 1 | 1 | 6,0 | |
14 – Olício Gadia – SP | 0,5 | 0 | 0 | 0,5 | 0,5 | 0,5 | 0,5 | 1 | 0,5 | 0,5 | 0 | 0 | 0 | 1 | 5,5 | |
15- Gratuliano Bibas – PA | 0 | 0,5 | 0,5 | 0 | 0 | 0 | 0 | 0 | 0 | 0 | 0 | 0 | 0 | 0 | 1,5 |
O Campeonato Brasileiro de 1960, patrocinado pela Federação Cearense de Xadrez e Náutico Atlético Cearense, foi realizado no período de 16 de julho a 2 de agosto de 1960. Pela primeira vez, os representantes da cidade do Rio de Janeiro defenderam o Estado da Guanabara (GB), criado com a transferência da capital federal para Brasília. Henrique Peltesohn e Mário Câmara Vieira dirigiram a competição. O árbitro geral foi Gessiner Farias. Ronald Câmara conquistou o título, seguido por Luiz Gentil.
Olício Gadia, campeão do ano anterior, foi a decepção, ocupando a penúltima colocação. Hélder Câmara liderou até a quinta rodada. Mas, depois, caiu de produção. Creso Euclides, do Espírito Santo, desistiu do campeonato após a sexta rodada por motivo justificado. Até então, ele perdera todas as partidas: Cláudio Ari, Gentil, Hélder, Ammar, Stenzel e Sílvio Mendes. Os pontos desses adversários não foram computados, pois o enxadrista capixaba não completou os 50% do total das partidas da competição. Ronald, Gentil e Asfora travaram luta empolgante pela liderança durante todo o torneio. A partir da décima primeira rodada, Ronald conservou-se firme na ponta até a obtenção do seu primeiro título de campeão do Brasil, com vantagem de um ponto para o vice-campeão.
O campeão brasileiro de 1960, Ronald Câmara, nasceu em Fortaleza (CE) em 11 de abril de 1927. Faleceu em Fortaleza (CE) em 29/6/2015. Herdou do pai Gilberto Câmara (o paladino do xadrez do Nordeste) a grande vocação para as coisas do xadrez. Na década de 1970, fez parte da administração do presidente da CBX, Luiz Gentil, quando houve muitas participações brasileiras no exterior e a boa organização do Interzonal de Petrópolis em 1973. Escreveu colunas de xadrez no Diário do Nordeste (CE) e em O Povo (coluna que durou cerca de quatro décadas). Ronald escreveu também três livros de xadrez: Peões na Sétima (1960), No Mundo dos Trebelhos (1996) e Minhas Partidas Favoritas (2006).
PARTIDAS DO BRASILEIRO 1960
Ronald Câmara 1 x 0 Erbo Stenzel
Ronald Câmara 1 x 0 Souza Mendes
Eduardo Asfora 0 x 1 Ronald Câmara
Peter Toth 1 x 0 Ronald Câmara
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